A profissão de comissário de bordo, regulamentada pela portaria 3.018, surgiu em 15 de maio de 1930, num voo entre as cidades americanas de São Francisco e Cheyenne, quando a enfermeira Ellen Church foi colocada a bordo para atender passageiros com enjoo. Ela foi a primeira comissária de bordo da história.
Antigamente, essa era uma profissão feminina, e as profissionais eram chamadas de aeromoças. Só depois, com a especialização de homens nessa profissão, os profissionais ganharam um novo nome: comissário(a) de bordo.
Engana-se quem pensa que a função do comissário de bordo é apenas servir refeições e bebidas aos passageiros. Eles também são responsáveis pela segurança, pela tranquilidade e pelo bem-estar de quem está viajando no avião. Os comissários de bordo têm que resolver qualquer imprevisto que possa incomodar a viagem. Além disso, são verdadeiros agentes de segurança e estão preparados para qualquer emergência.
Existem alguns requisitos básicos para quem quer escolher essa área: altura mínima de 1,58 m e máxima de 1,80 m para mulheres, e mínima de 1,67 m e máxima de 1,85 m para homens; idade mínima de 18 anos e máxima de 30 anos; 2º grau completo; fluência em inglês e, se possível, em mais um idioma.
Depois de preencher todas essas exigências, o futuro comissário deve ter cumprido o Programa de Instrução Teórica e Prática estabelecido no Manual de Curso de Comissário de Voo, com carga horária de 138 horas/aula. Após isso, o candidato passa por um exame físico e psicológico no Centro de Medicina Aeroespacial (Cemal). Já com o certificado do Cemal, o candidato faz o exame teórico do Departamento de Aviação Civil, e só então estará apto a concorrer a uma vaga no mercado.
Para muitos jovens, essa profissão parece encantadora, por não impor uma rotina, por não prender o profissional dentro de um escritório e por dar a possibilidade de conhecer diversos lugares do mundo. Mas é bom saber que, além das vantagens, há algumas exigências, como a responsabilidade e o bom humor constante.
O trabalho pode parecer simples, mas não é. O papel de anfitrião a bordo é de suma importância, e o aspecto mais relevante nessa carreira é o preparo psicológico. É comum o passageiro não estar à vontade ao fazer uma viagem aérea, e isso pode acarretar alterações de comportamento. Cabe ao comissário saber identificá-las e tomar as atitudes convenientes para mantê-lo relaxado. Não é uma tarefa fácil, já que são dezenas, ou até centenas de pessoas diferentes, com receios e reações imprevisíveis.
Quando, durante o voo, surge algum imprevisto, é importante demonstrar equilíbrio, autoridade e simpatia ao mesmo tempo, sem deixar a elegância de lado, uma marca registrada desses profissionais. Portanto, nada mais importante do que o próprio candidato não ter receio algum de voar, pois a sua fisionomia, em um momento mais crítico, é que servirá de referência para acalmar os passageiros.