Maio é o mês dedicado à particular devoção de Nossa Senhora. A Igreja o encerra com a Festa da Visitação da Virgem Maria à prima Isabel, que simboliza o cumprimento dos tempos. Antes, a celebração ocorria em 2 de julho, data do regresso de Maria, uma semana depois do nascimento e do rito da imposição do nome de São João Batista.

A referência mais antiga à invocação de Nossa Senhora da Visitação pertence à Ordem Franciscana, que a festejava desde 1263, na Itália. Em 1441, o papa Urbano VI instituiu essa festa, pois a Igreja do Ocidente necessitava da intercessão de Maria, para recuperar a paz e unir o clero, dividido pelo grande cisma.

A Bíblia narra que Maria viajou para a casa da família de Zacarias logo após a anunciação do anjo, que lhe dissera: “Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril” (Lc 1,36). Já abrigando o Filho de Deus em seu ventre, a puríssima Virgem foi levar sua ajuda e seu apoio à prima, genitora do precursor do Messias Salvador.

O encontro das duas mães é a verdadeira explosão de salvação, de alegria e de louvor ao Criador. Desse encontro resultou a oração da Ave-Maria e o cântico do Magnificat, rezados e entoados por toda a cristandade ao longo de mais de dois milênios.

Desde 1412, Nossa Senhora da Visitação é festejada especialmente pelos italianos da Sicília, como a Padroeira da cidade de Enna. Mas nem todo o mundo cristão celebrava essa veneração, que, por conta disso, foi confirmada no Sínodo de Basileia, em 1441.

Os portugueses sempre a celebraram com muita pompa, porque o rei D. Manuel I, o Venturoso, que governou entre 1495 e 1521, escolheu Nossa Senhora da Visitação para ser Padroeira da Casa de Misericórdia de Lisboa, bem como de todas as outras do reino.

Foi assim que esse culto chegou ao Brasil Colônia, primeiro pela Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e depois se disseminando por todo o território brasileiro. Antigamente, os fiéis faziam uma enorme procissão até os Hospitais da Misericórdia para levar conforto aos enfermos e suas doações às instituições. Hoje, as paróquias enviam as doações recolhidas com antecedência para as Pastorais dos Enfermos, que atuam com os voluntários junto às Casas de Saúde mais deficitárias. Tudo para perpetuar a verdadeira caridade cristã, iniciada pela Mãe de Deus ao visitar a santa prima, levando-lhe sua amizade e ajuda quando ela mais precisava.

Em 1978, a madre Maria Vincenza Minet foi chamada pelo Senhor para fundar uma congregação religiosa sob o carisma de Nossa Senhora da Visitação. Com o apoio do bispo de Assis, nessa cidade da Itália nasceram as Servas da Visitação, que abriram missões a fim de atender as necessidades dos mais pobres e marginalizados em todos os continentes. Hoje, além da Itália, atuam na Polônia, nas Filipinas, na África e no Brasil.