São Geminiano é uma pequena e belíssima cidade medieval, situada na região da Toscana, na Itália. Curiosamente, é cercada por numerosas torres, que, no passado, as famílias nobres mandavam construir para simbolizar seu poder e riqueza. Assim, quanto mais alta e mais bonita fosse a torre, mais aristocrata era a família. A nobre família Ciardi também mandou erguer sua torre, mas não foi ela que eternizou o nome da família: foi sua filha Serafina, a pequena e frágil “Fina”, como era chamada.

Serafina nasceu no ano de 1238, e seus pais, Impéria e Câmbio Ciardi, eram nobres decadentes. Ela teve uma vida breve, mas de intensa religiosidade. Sempre foi uma menina modesta, pura, bondosa e caridosa para com todos. Com receio de que, por sua inocência, alguém pudesse se aproveitar dela, seus pais sempre a alertavam quanto aos perigos mundanos. Por isso, se acentuou nela um amor maior à pureza, tanto que resolveu consagrar sua virgindade a Cristo, que desejava como único esposo.

Serafina tinha 10 anos de idade quando adoeceu gravemente. Ficou com o corpo coberto de chagas, incuráveis e dolorosas, e incapacitada de se movimentar. Como se não bastasse, seu sofrimento aumentou ainda mais com a morte de sua mãe. Durante cinco anos permaneceu imóvel numa cama de tábua, se mantendo feliz por sofrer e tendo como conforto seu amor à Cristo e sua devoção à Virgem Maria e aos santos mártires da Igreja.

Josefina era devota de São Gregório Magno. Em sonho, ele a avisou de que a levaria para a vida eterna no dia em que ele próprio morrera, ou seja, 12 de março. De fato, Serafina morreu com 15 anos de idade, no dia 12 de março de 1253. No momento de sua morte, todos os sinos das torres ecoaram, sem que nenhuma mão tivesse tocado nas cordas. Esse relato faz parte da sua biografia, escrita no século XIV pelo padre João do Coppo.

Extremamente amada, Serafina teve seu culto iniciado logo após sua morte. A ela foram atribuídas inúmeras graças de cura, e fatos prodigiosos ocorreram no local de sua sepultura, o que fez com que sua fama de santidade e sua popularidade entre os fiéis crescessem cada vez mais.

Em sua honra foi construído um hospital, e em 1457 seu corpo foi transferido para o túmulo construído na nova na catedral da cidade. A Igreja a declarou santa e padroeira da cidade de São Geminiano, e o dia 12 de março foi escolhido para suas homenagens litúrgicas.