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Segunda-feira, 20 de Maio de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 24/03/2024

Domingo de Ramos da Paixão do Senhor - Ano B - Vermelha
1ª Leitura: Is 50,4-7 Salmo: Sl 22(21) - Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste. 2ª Leitura: Fl 2,6-11
evangelho
Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? - Mc 14,1–15,47

A Páscoa e os Ázimos seriam dois dias depois. Os sumos sacerdotes e os escribas procuravam como, por um ardil, prende‑lo e faze‑lo perecer. Diziam, pois: “Não durante a festa, para que não haja tumulto do povo”. Estando ele em Betânia, na casa de Simão, o leproso, enquanto Jesus estava reclinado para uma refeição, veio uma mulher trazendo um alabastro de perfume de nardo puro, muito caro. Tendo rompido o alabastro, derramou o perfume na cabeça dele. Ora, alguns dentre eles ficaram indignados e diziam entre si: “Para que se fez este desperdício de perfume? Este perfume poderia ter sido vendido por mais de trezentos denários e ter sido dado aos pobres”. E resmungavam contra ela. Mas Jesus disse: “Deixai‑a, por que lhe causais aborrecimento? Ela praticou uma boa ação para comigo. De fato, sempre tendes os pobres convosco – e, quando quiserdes, podeis fazer‑lhes o bem –, mas não me tendes sempre. O que pôde fez: antecipou‑se a perfumar meu corpo para a sepultura. Amém, eu vos digo: onde quer que seja proclamado o Evangelho, no mundo inteiro, também o que ela fez será contado em sua memória”. Judas Iscariotes, um dos Doze, foi aos sumos sacerdotes para entrega‑lo a eles. Estes, tendo escutado, alegraram‑se e prometeram dar‑lhe dinheiro. E procurava como entrega‑lo, em um momento propício. No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava a Páscoa, disseram‑lhe seus discípulos: “Onde queres que andemos a preparar para que comas a páscoa?” E enviou dois de seus discípulos e lhes disse: “Ide à cidade, e um homem virá a vosso encontro carregando uma bilha de água. Segui‑o. No lugar em que entrar, dizei ao dono da casa: ‘O mestre diz: onde é minha sala, onde eu possa comer a páscoa com meus discípulos?’ Ele vos mostrará uma sala grande no andar superior, arrumada com tapetes e almofadas, preparada, e ali fazei os preparativos para nós”. Os discípulos saíram, foram à cidade, encontraram tudo como lhes dissera e prepararam a páscoa. Tendo chegado a tarde, foi com os Doze. Enquanto estavam reclinados e comendo, Jesus disse: “Amém, eu vos digo: um de vós me entregará, aquele que come comigo”. Começaram a afligir‑se e a dizer‑lhe um após outro: “Acaso sou eu?” Ele lhes disse: “Um dos Doze, aquele que se serve comigo no prato. Porque, certamente, o Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria para ele se este homem não tivesse nascido”. Tendo tomado o pão e pronunciado a bênção, partiu‑o e lhes deu, e disse: “Tomai, isto é meu corpo”. E, tendo tomado um cálice e dado graças, deu‑lhes, e todos beberam dele. E disse‑lhes: “Isto é meu sangue, da aliança, que é derramado em favor de muitos. Amém, eu vos digo: já não mais beberei do fruto da videira até aquele dia quando o beber novo no Reino de Deus”. E, tendo cantado os salmos, saíram para o monte das Oliveiras. Disse‑lhes Jesus: “Todos vós ficareis escandalizados, porque está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersadas’. Mas, depois de ressuscitado, eu vos precederei na Galileia”. Pedro, no entanto, lhe dizia: “Ainda que todos fiquem escandalizados, eu não ficarei”. Disse‑lhe Jesus: “Amém, eu te digo: tu, hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me renegarás”. Mas ele insistia: “Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te renegarei”. E todos também diziam do mesmo modo. Foram para um lugar cujo nome é Getsêmani, e Jesus disse a seus discípulos: “Sentai‑vos aqui enquanto eu rezo”. Tomando consigo à parte Pedro, Tiago e João, começou a sentir pavor e a angustiar‑se. Disse‑lhes: “Minha alma está triste até a morte. Ficai aqui e vigiai”. Tendo‑se adiantado um pouco, inclinava‑se por terra e rezava para que, se fosse possível, aquela hora passasse longe dele, e dizia: “Abba, Pai, tudo te é possível, afasta de mim este cálice. Não, porém, o que eu quero, mas o que tu queres”. E voltou e os encontrou adormecidos, e disse a Pedro: “Simão, dormes? Não tiveste força para vigiar uma hora? Vigiai e orai para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. E novamente, tendo‑se afastado, rezou dizendo a mesma coisa. Tendo voltado, novamente os encontrou adormecidos, pois seus olhos estavam pesados, e não sabiam o que lhe responder. E voltou uma terceira vez e lhes disse: “Dormi o restante e descansai. Acabou. Chegou a hora. Eis que o Filho do Homem é entregue nas mãos dos pecadores. Levantai‑vos, vamos! Eis que aquele que me entrega está perto”. E logo, enquanto ele ainda estava falando, chegou Judas, um dos Doze, e com ele uma multidão com espadas e bastões, da parte dos sumos sacerdotes, dos escribas e dos anciãos. Aquele que o entregava dera‑lhes um sinal, dizendo: “Aquele que eu beijar, é ele; prendei‑o e levai‑o cautelosamente”. Tendo chegado, aproximando‑se dele, logo disse: “Rabi”, e o beijou afetuosamente. Eles lançaram as mãos sobre ele e o prenderam. Um dos que estavam presentes, tendo puxado a espada, feriu o servo do sumo sacerdote e cortou‑lhe a orelha. Tendo tomado a palavra, Jesus lhes disse: “Como contra um bandido, saístes para aprisionar‑me, com espadas e paus. Todos os dias estive junto a vós no Templo ensinando, e não me prendestes. Mas é para que se cumpram as Escrituras”. E todos o abandonaram e fugiram. Um jovenzinho o acompanhava enrolado em um pano de linho sobre o corpo nu, e prenderam‑no. Mas ele, deixando para trás o pano de linho, fugiu nu. Conduziram Jesus ao sumo sacerdote, e reuniram‑se todos os sumos sacerdotes, os anciãos e os escribas. Pedro o seguiu de longe, até o interior do pátio do sumo sacerdote. Ele estava sentado com os criados e se aquecia ao fogo. Os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus para condena‑lo à morte, mas não encontravam. De fato, muitos davam falso testemunho contra ele, mas os testemunhos não eram concordes entre si. Alguns, tendo‑se levantado, davam falso testemunho contra ele, dizendo: “Nós o ouvimos dizer: ‘Eu destruirei este santuário feito por mãos humanas e, em três dias, edificarei outro não feito por mãos humanas’”. Mas nem assim era concorde o testemunho deles. Tendo‑se levantado e colocando‑se no centro, o sumo sacerdote perguntou a Jesus: “Não respondes nada ao que estes testemunham contra ti?” Mas ele mantinha‑se calado e não respondeu nada. O sumo sacerdote novamente o interrogava: “Tu és o Cristo, o Filho do Bendito?” Jesus disse: “Eu sou, e vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vindo com as nuvens do céu”. O sumo sacerdote, tendo rasgado suas vestes, disse: “Que necessidade temos ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfêmia. Que vos parece?” Ora, todos o julgaram réu de morte. Alguns começaram a cuspir nele, cobrir seu rosto, dar‑lhe murros e dizer‑lhe: “Profetiza”. E os servos o tomaram a tapas. Quando Pedro estava embaixo, no pátio, veio uma das criadas do sumo sacerdote e, tendo visto Pedro aquecendo‑se, encarou‑o e disse: “Também tu estavas com o Nazareno Jesus”. Mas ele negou: “Não sei nem compreendo o que tu dizes”. E saiu para o átrio, e um galo cantou. E a criada o viu e começou novamente a dizer aos que estavam presentes: “Este é deles”. Ele novamente negava. Pouco depois, novamente, os que estavam presentes diziam a Pedro: “Verdadeiramente, és deles, pois também és galileu”. Mas ele começou a amaldiçoar e a jurar: “Não conheço este homem de quem falais”. E logo, pela segunda vez, um galo cantou. Pedro lembrou‑se da palavra que Jesus lhe dissera: “Antes que um galo cante duas vezes, três vezes me renegarás”. E, tendo caído em si, chorava. Logo pela manhã, tendo‑se reunido em conselho, os sumos sacerdotes com os anciãos e os escribas, ou seja, o Sinédrio inteiro, tendo amarrado Jesus, conduziram‑no e entregaram‑no a Pilatos. Pilatos o interrogou: “Tu és o rei dos judeus?” Ele respondeu: “Tu o dizes”. Os sumos sacerdotes o acusavam de muitas coisas. Pilatos novamente o interrogava: “Não respondes nada? Vê de quão grandes coisas te acusam”. Jesus, porém, não respondeu mais nada, a ponto de Pilatos admirar‑se. Ora, por ocasião da festa, ele lhes soltava um preso, aquele que pedissem. Havia um, chamado Barrabás, preso com alguns sediciosos que tinham cometido homicídio na revolta. A multidão que tinha subido começou a pedir que lhes fizesse como de costume. Pilatos lhes respondeu: “Quereis que vos solte o rei dos judeus?” De fato, ele percebeu que os sumos sacerdotes o entregaram por inveja. Mas os sumos sacerdotes instigaram a multidão para que, de preferência, pedisse que lhes soltasse Barrabás. Pilatos, tomando novamente a palavra, dizia‑lhes: “O que, então, quereis que eu faça com aquele que chamais de rei dos judeus?” Eles novamente gritaram: “Crucifica‑o!” Pilatos dizia‑lhes: “O que ele fez de mal?” Mas eles gritaram ainda mais: “Crucifica‑o!” Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou‑lhes Barrabás e entregou Jesus para ser flagelado a fim de que fosse crucificado. Então os soldados o conduziram para dentro do pátio, isto é, o pretório, e convocaram todo o destacamento. Revestiram‑no de púrpura, puseram‑lhe uma coroa de espinhos que haviam trançado, e começaram a saudá-lo: “Salve, rei dos judeus!” Batiam‑lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e, pondo‑se de joelhos, o reverenciavam. Depois de terem zombado dele, desvestiram‑lhe a púrpura e vestiram‑no com suas vestes. E conduziram‑no para fora para crucifica‑lo. Obrigaram alguém que passava, Simão Cireneu, que vinha do campo, o pai de Alexandre e de Rufo, a carregar a cruz. E levaram‑no ao lugar do Gólgota, que traduzido significa Lugar do Crânio. Davam‑lhe vinho misturado com mirra, mas ele não tomou. E crucificaram‑no, e repartiram entre si suas vestes, lançando sorte sobre elas para ver o que caberia a cada um. Era a hora terceira, e o crucificaram. Havia a inscrição de sua acusação; estava escrito: “O Rei dos Judeus”. Com ele, crucificaram dois bandidos, um à direita e um à sua esquerda. E cumpriu‑se a Escritura que diz: “Foi contado entre malfeitores”. Os que passavam o injuriavam, balançando suas cabeças e dizendo: “Ah! Tu que destróis o santuário e o edificas em três dias, salva‑te a ti mesmo descendo da cruz”. Do mesmo modo, também os sumos sacerdotes zombavam dele e diziam entre si e com os escribas: “A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! O Cristo, o rei de Israel, que desça agora da cruz, para que vejamos e acreditemos”. Também os que haviam sido crucificados com ele o injuriavam. Chegando a hora sexta, houve trevas em toda a terra até a hora nona. À hora nona, Jesus gritou com voz forte: “Eloí, Eloí, lemá sabactáni?” que traduzido significa: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Alguns dos presentes, tendo ouvido, diziam: “Eis que está chamando Elias!” Alguém correu e molhou uma esponja de vinagre, colocou‑a em uma vara e dava‑lhe de beber, dizendo: “Deixai, vejamos se Elias vem faze‑lo descer”, mas Jesus deu um grande grito e expirou. O véu do santuário rasgou‑se em dois, de alto a baixo. O centurião que estava ali diante dele, tendo visto como expirara, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus”. Estavam também ali, olhando de longe, algumas mulheres, entre as quais Maria de Mágdala, Maria, mãe de Tiago Menor e de Joset, e Salomé. Quando ele estava na Galileia, elas o seguiam e o serviam. E muitas outras que tinham subido com ele para Jerusalém. Tendo já chegado a tarde, porque era a preparação, isto é, a véspera do sábado, veio José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o Reino de Deus, e ousou entrar onde estava Pilatos e pedir o corpo de Jesus. Pilatos admirou‑se de que Jesus já estivesse morto e, tendo chamado o centurião, indagou deste se fazia tempo que morrera. Tendo sido informado pelo centurião, cedeu o cadáver a José. Este, tendo comprado um pano de linho, desceu Jesus da cruz, enrolou‑o no pano de linho e o colocou no sepulcro, que era cavado na rocha, e rolou uma pedra na entrada do sepulcro. Maria de Mágdala e Maria de Joset observavam onde era colocado.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
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Oração Inicial

Domingo de Ramos. Contemplemos o Senhor Jesus Cristo que veio ao nosso encontro e partilhou as alegrias e dores de nossa humanidade. Fez-se o Servo de todos para que toda a maldade, egoísmo e pecado fossem vencidos. Fortalecidos por seu exemplo e seu amor possamos seguir no Caminho da salvação.


“Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha Tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça amar, te sirva e te faça sevir, te louve e faça louvar por todas as criaturas. Faze, ó Pai, que pela leitura da Palavra, os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e que todos consigamos a vida eterna. Amém!”

Leitura (Verdade)

Evangelho: Mc 15, 1-39 Logo pela manhã, os sumos sacerdotes, com os anciãos, os mestres da Lei e todo o Sinédrio, reuniram-se e tomaram uma decisão. Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos. E Pilatos o interrogou: “Tu és o rei dos judeus?”. Jesus respondeu:— “Tu o dizes”. E os sumos sacerdotes faziam muitas acusações contra Jesus. Pilatos o interrogou novamente: “Nada tens a responder? Vê de quanta coisa te acusam!”. Mas Jesus não respondeu mais nada, de modo que Pilatos ficou admirado. Por ocasião da Páscoa, Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem. Havia então um preso, chamado Barrabás, entre os bandidos, que, numa revolta, tinha cometido um assassinato. A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir que ele fizesse como era costume. Pilatos perguntou: “Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?” Ele bem sabia que os sumos sacerdotes haviam entregado Jesus por inveja. Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão para que Pilatos lhes soltasse Barrabás. Pilatos perguntou de novo: “Que quereis então que eu faça com o rei dos judeus?” Mas eles tornaram a gritar: — Crucifica-o! Pilatos perguntou: “Mas, que mal ele fez?” Eles, porém, gritaram com mais força: — Crucifica-o! Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e o entregou para ser crucificado. Então os soldados o levaram para dentro do palácio, isto é, o pretório, e convocaram toda a tropa. Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça. E começaram a saudá-lo: — “Salve, rei dos judeus!” Batiam-lhe na cabeça com uma vara. Cuspiam nele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele. Depois de zombarem de Jesus, tiraram-lhe o manto vermelho, vestiram-no de novo com suas próprias roupas e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.
Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo, que voltava do campo, a carregar a cruz. Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota, que quer dizer “Calvário”. Deram-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não o tomou. Então o crucificaram e repartiram as suas roupas, tirando a sorte, para ver que parte caberia a cada um.
Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. E ali estava uma inscrição com o motivo de sua condenação: “O Rei dos Judeus”. Com Jesus foram crucificados dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Os que por ali passavam o insultavam, balançando a cabeça e dizendo: — “Ah! Tu, que destróis o Templo e o reconstróis em três dias, salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!” Os que foram crucificados com ele também o insultavam. Quando chegou o meio-dia, houve escuridão sobre toda a terra, até as três horas da tarde. Pelas três da tarde, Jesus gritou com voz forte: — “Eloi, Eloi, lamá sabactâni?”
Que quer dizer: — “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Alguns dos que estavam ali perto, ouvindo-o, disseram: — “Vejam, ele está chamando Elias!” Alguém correu e embebeu uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e lhe deu de beber, dizendo: — “Deixai! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz”. Então Jesus deu um forte grito e expirou. (Todos se ajoelham um instante) Nesse momento, a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes. Quando o oficial do exército, que estava bem em frente dele, viu como Jesus havia expirado, disse: — “Na verdade, este homem era o Filho de Deus!”

“Com a procissão de Ramos se inicia a Grande Semana, que desejamos que seja Santa; a semana do amor, porque é por amor que Jesus entrega a própria vida. São dias nos quais o amor supera todo sofrimento humano. Um amor incondicional, infinito e fiel, o amor do Filho de Deus, que ultrapassa a traição e a crueldade humana para reconciliar tudo e todos por amor. O sofrimento, a angústia, a morte, nada faz Jesus desistir de realizar a vontade do Pai. Ele é o Servo fiel de que fala Isaías (cf. Is 50,4-7). Essa mesma firmeza e fidelidade, Jesus espera de seus discípulos. Celebrar a Páscoa em nossa casa é o desejo do Senhor. Queremos acompanhar os passos de Jesus na densidade desse amor-doação?”. (Viver a Palavra – 2024 - Ir. Carmen Maria Pulga - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O que este Evangelho tem a ver com a realidade que você vive hoje?
Tome consciência do movimento interno que a Palavra suscitou em você, preste atenção aos seus pensamentos, sentimentos, iluminação, inspiração, apelos...
Permaneça em silêncio por alguns instantes e deixe a Palavra encontrar espaço em sua vida. Reveja suas ações, confronte suas atitudes com a mensagem deste Domingo de Ramos.

Oração (Vida)

Pai, eu te agradeço porque tua Palavra sempre realiza o propósito para o qual tu a enviaste. Ajuda-me a incluir tua Palavra nas minhas orações e que minhas atitudes sejam coerentes com minhas palavras que pronuncio na tua presença.

Se desejar reze com o salmista:
“Tu, Senhor, manténs acesa a minha lâmpada; o meu Deus transforma em luz as minhas trevas.
Com o teu auxílio posso atacar uma tropa; com o meu Deus posso transpor muralhas. Este é o Deus cujo caminho é perfeito; a palavra do Senhor é comprovadamente genuína.
Ele é um escudo para todos os que nele se refugiam. Pois quem é Deus além do Senhor? E quem é rocha senão o nosso Deus?
Ele é o Deus que me reveste de força e torna perfeito o meu caminho.” (Salmo 18, 28-32

Contemplação (Vida e Missão)

O que a vida está lhe pedindo agora? Como você se propõe a viver esta Palavra hoje?

Bênção

Benção especial da Quaresma
- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos, como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa. Amém.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta jornada quaresmal a uma verdadeira conversão. Amém.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo celebrar a vitória da Páscoa. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Lá fora se arma uma conspiração. Dentro, a traição está em andamento. Começam os últimos dias de Jesus. Procuram um meio para prendê-lo e matá-lo. Em Betânia, há uma refeição na casa de Simão, o leproso. Uma mulher, anônima, unge a cabeça de Jesus com um perfume muito caro. Outros evangelistas dizem que a mulher ungiu os pés de Jesus. Quem unge a cabeça são os sacerdotes e os profetas. Judas encaminha a sua traição. No fim da tarde, celebra-se o primeiro dia da Páscoa judaica. No Cenáculo, Jesus celebra a primeira Missa e anuncia a traição de Judas. Tomou o pão e disse: “Isto é meu Corpo”. Tomou o cálice e disse: “Isto é o meu Sangue, o Sangue da Aliança”. Jesus anuncia a traição de Pedro. No jardim das Oliveiras, Jesus é o Cordeiro humilhado, que será levado ao matadouro. Judas chega com muita gente, com armas e paus. Dá um beijo em Jesus. Jesus é preso e todos os seus discípulos o abandonam e fogem. Um jovem enrolado em um lençol é agarrado, mas foge também, nu. Acredita-se que este jovem seja Marcos, o evangelista. Não sobrou nada. O último dos discípulos escapou sem roupa. Durante a noite: Jesus é julgado pelos judeus, e os judeus zombam dele como profeta. Pedro, que seguiu Jesus de longe, diz que não o conhecia. De manhã: Jesus é julgado pelos romanos, e os romanos zombam dele como rei. Jesus é crucificado e sofre a zombaria da multidão como Messias. Ao meio-dia: a terra se cobre de trevas e o véu do Santuário se rasga. Zombam dele ainda duas vezes, invocando Elias, o precursor do Messias. De tarde: um grito: “Por que me abandonastes?”. Outro grito, este forte, e a morte. O romano zombador reconhece: “Este é o Filho de Deus!”. Antes do cair da noite: José de Arimateia, do Sinédrio dos judeus, cuida do corpo e o sepulta. Por três vezes Jesus tinha anunciado a sua Paixão dolorosa, mas não foi compreendido pelos discípulos. Eles tiveram muita dificuldade em entender quem era Jesus. Pensavam estar seguindo um Messias poderoso como os poderosos deste mundo. Jesus, porém, já tinha dito: “Os chefes das nações as dominam e oprimem. Entre vocês não será assim”. Jesus vence o poder demoníaco, que é o poder deste mundo, agindo como o servidor de todos, a partir do último lugar. Jesus não permanece na morte. Ele ressuscitará e começará tudo de novo, em um novo encontro com os discípulos na Galileia. O evangelista São Marcos vê Jesus em sua Paixão e Morte como um cordeiro manso e humilde, levado ao matadouro. É o Servo Sofredor que, abandonado, grita pelo Pai.

Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.