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Domingo, 26 de Outubro de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 26/10/2025

30º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde
1ª Leitura: Eclo 35,15b-17.20-22a Salmo: Sl 33(34) - O Senhor redime a alma de seus servos. 2ª Leitura: 2Tm 4,6-8.16-18
evangelho
Deus, tem piedade de mim, que sou pecador! - Lc 18,9-14

“Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu, e o outro, um coletor de impostos. O fariseu, de pé, orava para si mesmo desta maneira: ‘Deus, dou-te graças por não ser como os outros homens: gananciosos, injustos, adúlteros; nem como esse coletor de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de tudo o que adquiro’. O coletor de impostos, mantendo-se a distância, nem sequer se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’ Eu vos digo: este desceu para casa justificado, mas aquele não. Porque todo aquele que se enaltecer será humilhado, e quem se humilhar será enaltecido”.

A Bíblia: tradução da editora Paulinas, 2023.
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Oração Inicial

30º Domingo do Tempo Comum. Dois homens vão rezar no templo, um com o coração humilde e o outro com empáfia e presunção. Com que atitudes você deseja se aproximar do Senhor para fazer sua oração?

“Senhor Jesus, concede-me crer firmemente no amor que Tu me revelaste e que doaste no teu Evangelho. Faze que eu ouça cada dia a tua voz que me chama a seguir-te para sentir sempre em mim os benefícios da tua redenção. Amém.”




A Palavra é o encontro salvífico do ser humano com Deus. A palavra nos indica o caminho que nos conduz à vida, mas ela só produz frutos se encontrar um terreno bom.

Leitura (Verdade)

Faça a leitura do Evangelho em voz alta e pausadamente, repetindo as palavras que mais chamam sua atenção. Repare as figuras usadas e os verbos de ação. Entre em cena. Ouça o que diz Jesus na conclusão desta parábola.

Evangelho: Lc 18,9-14 “Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu, e o outro, um coletor de impostos. O fariseu, de pé, orava para si mesmo desta maneira: ‘Deus, dou-te graças por não ser como os outros homens: gananciosos, injustos, adúlteros; nem como esse coletor de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de tudo o que adquiro’. O coletor de impostos, mantendo-se a distância, nem sequer se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’ Eu vos digo: este desceu para casa justificado, mas aquele não. Porque todo aquele que se enaltecer será humilhado, e quem se humilhar será enaltecido”

“A parábola do fariseu e do coletor de impostos faz refletir e ver que a própria vida toma para si a tarefa de humilhar os que se enaltecem. Deus nem precisa intervir nesses detalhes. Quem se considera maioral, com frequência espera reconhecimento de sua superioridade, e isso, é claro, raramente acontece. Ao contrário, sofre decepções, frustração e raiva, porque as pessoas se afastam e desconfiam de gente com esse perfil, ou a bajulam e manipulam para interesses secundários. Quem se reconhece nos seus limites e culpas, e é capaz de respeitar e valorizar os semelhantes, sem julgamentos nem condenações, gozará da confiança e da amizade das pessoas próximas, receberá a justificação de Deus e será feliz.” (Viver a Palavra – 2025 - Ir. Maria Inês Carniato, fsp- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Temos sempre que aprender a orar como nos ensina o Evangelho de hoje. Orar é despojar-se de si mesmo, É querer estar diante de Deus de peito aberto. É um estado de humildade e de alegria, que envolve necessariamente o corpo. A oração mais do que palavras é estar com Deus.
Com que disposições eu me coloco na presença de Deus? Pergunte ao seu coração quais são seus sentimentos ao colocar-se em oração?
Preocupa-me mais as palavras ou a autenticidade de vida?
Você sai da oração com a paz de quem foi acolhido/a pela misericórdia e bondade de Deus?
Você percebe mudanças em seus pensamentos e atitudes após uma oração autêntica?
“Meu Deus tem piedade de mim que sou pecador/a”.

Oração (Vida)

O que o texto o/a leva a dizer a Deus?
Os humildes reconhecem suas limitações e sabem quanto precisam de Deus. Este é o momento do diálogo direto com Deus, por isso, apresente a Ele a oração que brotou em seu coração. Faça a sua oração oferecendo ao Senhor os frutos da sua meditação. Apresente o apelo que brotou em seu coração, eleve a Ele os seus pedidos....
Peça também a graça de apreender orar como Jesus orou, rezar pelos missionários, pela Igreja, pela nossa nação, pelas famílias, pelos jovens e pelas crianças, etc.

Contemplação (Vida e Missão)

Jesus deixa claro que acolhe a oração daquele que sabe ocupar o seu lugar diante de Deus, e sabe o que Deus realmente pode fazer em sua vida. E sabe também qual é sua humilde, mas necessária colaboração. O que a Palavra convida a viver neste dia?

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

O ser humano não é justificado por ele mesmo. Não são suas obras que o fazem melhor que os outros; tampouco suas práticas religiosas que exigem recompensa de Deus. Contudo, é se reconhecendo pecador, frágil, impotente que se abre à graça de Deus, e este vai ao seu encontro para salvá-lo. A liturgia deste domingo nos ajuda a tomar consciência de nossas fraquezas e a elevar a Deus uma oração sincera de coração. Deus não faz distinção de pessoas. Ele escuta a oração de todos, sobretudo dos pobres, dos oprimidos, do órfão e da viúva, dos mais fragilizados da sociedade (primeira leitura). É se fazendo pequeno e servindo a Deus de todo coração, realizando sua vontade, que as súplicas chegam aos céus. O Senhor é justo juiz. Jamais é indiferente à dor e à sinceridade de quem suplica com humildade e sinceridade. Em seu “testamento” destinado a Timóteo, o apóstolo Paulo demonstra sua confiança e fé no Senhor, que o capacitou para anunciar a Palavra de Deus às nações (segunda leitura). Se ele não o desamparou diante das provações em seu apostolado, certamente o libertará de todo mal e, assim, o justificará para lhe dar a herança do Reino dos Céus. Deus não faz discriminação de pessoas, pois vê o coração e não as aparências. Entretanto, no tempo de Jesus, aparecem dois grupos distintos e opostos, motivo de algumas controvérsias. Os primeiros são representados pelos doutores da Lei, escribas e fariseus que se autointitulam “justos”. Colocam fardos pesados sobre os outros e se fecham à Boa-Nova de Jesus. Os segundos são os pecadores, compostos de publicanos, cobradores de impostos, prostitutas e todos os excluídos do meio sociorreligioso da época. O evangelho de hoje traz mais uma parábola para chamar a atenção dos primeiros que menosprezam os segundos, sobretudo na prática da oração. Vão ao templo rezar: um fariseu, de alta posição social, e um publicano, desprezado por todos por compactuar com o sistema opressor do império, além de lucrar com a miséria dos outros de forma injusta. O primeiro, estando de pé, se autojustifica elencando tudo aquilo que cumpre da Lei. Coloca-se acima dos pecadores; orgulhava-se de si e achava-se merecedor da recompensa e das bênçãos de Deus. O publicano fica longe, não olha para céu, pois não se acha merecedor da graça divina, e expressa sua contrição batendo no peito e suplicando a Deus misericórdia pela sua condição de pecador. Ao final, o fariseu volta para casa sem ser justificado por Deus. Não reconhece sua pequenez diante dele, pensa que já foi salvo por suas obras e, por isso, não se abre à salvação do Senhor. Enaltecendo-se, fecha-se em si mesmo e acaba sendo humilhado. Precisa reconhecer que Deus é o Senhor e que só ele é capaz de salvá-lo. O pecador, por sua vez, já se encontra com um coração quebrantado e, por isso, é justificado por Deus. Ele se humilha, assumindo sua pequenez diante da grandeza do Altíssimo, que o eleva. Que o Senhor sempre escute nossas súplicas e faça nosso coração sempre manso e humilde! Reconhecendo nossa pequenez e nossas fragilidades, certamente estamos mais abertos para acolher sua salvação gratuita. E que não almejemos ser melhores que os outros, mas sim solidários como verdadeiros irmãos!

Pe. Jackson Câmara Silva, INJ, ‘A Bíblia dia a dia 2025’, Paulinas.