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Quarta-feira, 16 de Julho de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 13/08/2023

19º Domingo do Tempo Comum - Ano A - Verde
1ª Leitura: 1Rs 19,9a.11-13a Salmo: Sl 85(84) - Não endureçais vosso coração. 2ª Leitura: Rm 9,1-5
evangelho
Senhor, se és tu, manda-me que vá a ti sobre as águas - Mt 14,22-33

Em seguida, obrigou que os discípulos embarcassem e fossem na frente dele para a outra margem, enquanto ele despedia as multidões. Depois de despedi-las, subiu no monte para orar a sós. Ao anoitecer, continuou ali, sozinho. Entretanto, a barca já estava longe da costa, sacudida pelas ondas, pois o vento era contrário. Antes do amanhecer, Jesus veio ao encontro deles, caminhando sobre o mar. Quando os discípulos o viram caminhando sobre o mar, ficaram alarmados, e diziam: “É um fantasma!” E davam gritos de medo. Mas Jesus imediatamente disse: “Coragem, sou eu. Não tenhais medo”. Pedro lhe respondeu: “Senhor, se és tu, manda-me que vá a ti sobre as águas”. Ele disse: “Vem”. Tendo descido da barca, Pedro caminhou sobre as águas e foi em direção a Jesus, mas, ao sentir a força do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” Jesus estendeu imediatamente a mão, segurou-o e disse: “Que fé pequena! Por que duvidaste?” Assim que subiram na barca, o vento cessou. Os que estavam na barca se prostraram diante dele e exclamaram: “Verdadeiramente, és Filho de Deus”.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
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Oração Inicial

“Ir para a outra margem” é o grande convite do Evangelho nesta Liturgia do 13º Domingo do Tempo Comum.
Sabendo das dificuldades de nossa travessia até “a outra margem” Jesus nos assegura: “Coragem! Sou eu! Não tenhais medo!”


“Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.”

Leitura (Verdade)

Leia pausadamente este Evangelho e identifique o contexto da narrativa. Qual mensagem o evangelista deseja transmitir? Além de “noite” e “escuridão”, quais outras palavras simbólicas você identifica no texto?

Evangelho: Mt 14,22-33 Em seguida, obrigou que os discípulos embarcassem e fossem na frente dele para a outra margem, enquanto ele despedia as multidões. Depois de despedi-las, subiu no monte para orar a sós. Ao anoitecer, continuou ali, sozinho. Entretanto, a barca já estava longe da costa, sacudida pelas ondas, pois o vento era contrário. Antes do amanhecer, Jesus veio ao encontro deles, caminhando sobre o mar. Quando os discípulos o viram caminhando sobre o mar, ficaram alarmados, e diziam: “É um fantasma!” E davam gritos de medo. Mas Jesus imediatamente disse: “Coragem, sou eu. Não tenhais medo”. Pedro lhe respondeu: “Senhor, se és tu, manda-me que vá a ti sobre as águas”. Ele disse: “Vem”. Tendo descido da barca, Pedro caminhou sobre as águas e foi em direção a Jesus, mas, ao sentir a força do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” Jesus estendeu imediatamente a mão, segurou-o e disse: “Que fé pequena! Por que duvidaste?” Assim que subiram na barca, o vento cessou. Os que estavam na barca se prostraram diante dele e exclamaram: “Verdadeiramente, és Filho de Deus”.

“Jesus, caminhando sobre as águas, vai até à barca onde estão os apóstolos, apavorados pelas ondas e pelo vento forte. De imediato, não reconhecem Jesus e pensam se tratar de um fantasma. Aos medrosos apóstolos, Jesus afirma: “Coragem, sou eu, não tenhais medo”. Pedro quer sanar todas as dúvidas e, para provar que se trata de Jesus, pede que o faça caminhar sobre as águas. Contudo, caminha apenas uns metros e começa a afundar, gritando: “Senhor, salva-me!”. Jesus aproveita o ocorrido para tratar atentamente da temática da fé. O medo dos apóstolos e o nosso manifestam os níveis de nossa fé. Relutamos, mas não há outro caminho a não ser promover diariamente o crescimento da fé”. (Viver a Palavra – 2023. Frei Jaime Bettega- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Não é no espetáculo que vamos encontrar Jesus. É na simplicidade e no desejo do encontro que o “milagre” acontece. Ele está sempre ao nosso lado, mesmo que o mar esteja bravio e nos incomodando. Jesus nos mostra que Ele tem poder sobre tudo: “Caminha sobre as águas” revoltas de nossa vida e vem ao nosso encontro para nos socorrer.
Qual é sua resposta ao convite de Jesus de entrar em sua barca e prosseguir até a outra margem?
A quem você apela quando os fantasmas do medo lhe perturbarem o coração?
Qual sua atitude na incerteza de onde vem o convite: vem de Deus ou de “fantasmas” disfarçados de bem?

Oração (Vida)

Celebrando hoje o Dia dos Pais, rezemos por suas intenções e também pelas famílias. Em comunhão com todos os pais, rezemos a prece de um pai:

“Senhor, é maravilhoso ter filhos e conviver com eles ao lado de minha esposa. Faze com que meu compromisso de ser pai seja um reflexo do teu infinito amor de Pai. Ilumina-me para que eu saiba amá-los sem impor regras nem condições. Inspira-me a perdoá-los e corrigi-los sem severas exigências. Orienta-me para que eu seja um pai amigo e alegre, apoiando-os na vocação e nos sonhos. Dá-me sabedoria para compreender os impulsos e inovações na juventude de meus filhos. Abençoa a aliança com minha esposa, que tanto me ajuda a educá-los. Eu te ofereço a harmonia de minha família, agradeço-te pela saúde e o pão de cada dia e peço-te que os abençoe e os conduza pelo caminho do bem. Assim seja!” (Luizinho Bastos, em “Mensagens para o ano todo – Vol. 3”, da Paulinas Editora)

Contemplação (Vida e Missão)

Qual apelo a Palavra de Deus despertou em seu coração? O que você se propõe a viver hoje? Como pretende atingir esse propósito?

Bênção

“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz”. (Nm 6,24-26)

Ir. Carmen Maria Pulga

A liturgia deste domingo nos ajuda a compreender que o Deus que tem o domínio sobre a natureza é o mesmo Deus que mantém a fidelidade a suas promessas. Crise e paz, tempestade e serenidade se encontram continuamente. O profeta Elias enfrentou a fúria de Acab e Jesabel. Cansado das perseguições, ele foge em direção ao monte Horeb, o monte da aliança. No caminho, faminto e deprimido, pede a morte. O Senhor o alimenta e o revigora. Ele chega ao Horeb e se abriga em uma gruta. Ele, acostumado às teofanias violentas, é convidado a descobrir o verdadeiro rosto de Deus, que, agora, se manifesta por meio do rocio de uma brisa suave. O profeta, que matou os falsos profetas de Baal, profeta do fogo e da ventania, deve fazer um processo de reeducação na fé. Cobre o rosto e se coloca à entrada da gruta. Ele realiza o processo espiritual de saída da própria caverna para descobrir outra face de Deus. A mesma experiência de conversão sobre a identidade de Deus acontecerá com São Paulo. A dor do apóstolo dos gentios é intensa, pois seus irmãos israelitas se fecharam a Jesus como Messias. Deus sempre manteve sua fidelidade. Por isso, aos judeus pertencem a filiação adotiva, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas e os patriarcas. Da fidelidade de Deus, nasce o próprio Cristo na história. A partir desse fato, para Paulo, toda compreensão de Deus e a interpretação da história da salvação estão qualificadas pela presença de Jesus Cristo. Cristo é a nova hermenêutica do Evangelho. Jesus ora no monte, mas obriga os discípulos a entrar na barca, símbolo da Igreja, e fazer a travessia. O mar é símbolo do perigo, do caos e da destruição. A Igreja é agitada em meio às tempestades da história, às perseguições, às tensões e aos conflitos. Reina a mais profunda escuridão, mas aproxima-se a aurora. Jesus caminha sobre o dorso do mar. Os discípulos, apavorados, imaginam ser um fantasma. Vivem a tentação da pouca fé. Jesus reage com típicas frases pascais: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”. Pedro entra em cena, revelando a riqueza de sua personalidade ao mesmo tempo generosa e frágil. Dirige-se a Jesus com o título de “Senhor”. Caminha com Jesus, mas duvida e quase afunda. Falta-lhe fé madura. Quando Jesus sobe ao barco, tudo se torna calmaria. Os discípulos se prostram e reconhecem: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” O texto revela a crise de fé das comunidades mateanas. Jesus as confirma na fé e estende a mão também a nós, fracos na fé.

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, ‘A Bíblia dia a dia 2023’, Paulinas.