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Quinta-feira, 15 de Maio de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 23/04/2023

3º Domingo da Páscoa - Ano A - Branca
1ª Leitura: At 2,14.22-33 Salmo: Sl 16(15) - A vereda da vida me fazes conhecer. 2ª Leitura: 1Pd 1,17-21
evangelho
Pôs‑se a caminhar com eles - Lc 24,13-35

Naquele mesmo dia, dois discípulos iam para um povoado chamado Emaús, distante uns onze quilômetros de Jerusalém, e conversavam a respeito de tudo o que tinha acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus, tendo‑se aproximado, pôs‑se a caminhar com eles. Seus olhos, porém, estavam impedidos de reconhecê‑lo.
E ele lhes disse: “Que assuntos são esses que discutis enquanto caminhais?” Eles detiveram‑se, com o semblante triste, mas um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único que vive em Jerusalém que não sabe os fatos que nela aconteceram nestes dias?” Ele lhes disse: “Quais?” Disseram‑lhe: “O que aconteceu com Jesus Nazareno, que era um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo; como os sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.
Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel. Todavia, já faz três dias que tudo isso aconteceu. Algumas mulheres de nosso grupo, porém, nos deixaram desconcertados. Elas foram de manhã, bem cedo, ao sepulcro e, não tendo encontrado seu corpo, voltaram dizendo que também tinham visto uma aparição de anjos, os quais disseram que ele está vivo. Alguns dos nossos também foram ao sepulcro e o encontraram tal como tinham dito as mulheres; mas, não o viram”.
Então ele lhes disse: “Insensatos e lentos de coração para crer em tudo o que anunciaram os profetas! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar em sua glória?” E, tendo começado por Moisés e passando por todos os profetas, interpretou‑lhes o que em toda a Escritura havia a seu respeito. Eles se aproximaram do povoado para onde iam, e ele fez menção de prosseguir. Eles insistiram: “Permanece conosco, porque é tarde e o dia já declina”.
Então ele entrou para permanecer com eles. Quando ele estava reclinado à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu‑o e lhes entregou. Seus olhos foram abertos e o reconheceram; mas ele tornou‑se invisível para eles. Então disseram um ao outro: “Não estava ardendo nosso coração quando nos falava no caminho, quando nos abria as Escrituras?” Naquela mesma hora, levantaram‑se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que disseram: “Realmente, o Senhor foi ressuscitado e apareceu a Simão”. Aqueles contaram o acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
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Oração Inicial

O fato dos discípulos de Emaús é narrado apenas pelo evangelista Lucas, onde Jesus ressuscitado é reconhecido pelos discípulos ao partir o pão. Estejamos atentos à presença do Cristo entre nós, porque Ele se manifesta aos que o buscam de coração aberto.
Prepare-se rezando: Jesus Cristo, creio que estás aqui comigo. Ajuda-me a permanecer na tua presença.


Leitura (Verdade)

O Tempo Pascal nos conduz para dentro do mistério de Cristo, nossa vida e ressureição. Como os discípulos escutemos o que o Senhor nos quer falar e deixemos que Ele abrase nosso coração.

Evangelho: Lc 24,13-35 Naquele mesmo dia, dois discípulos iam para um povoado chamado Emaús, distante uns onze quilômetros de Jerusalém, e conversavam a respeito de tudo o que tinha acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus, tendo‑se aproximado, pôs‑se a caminhar com eles. Seus olhos, porém, estavam impedidos de reconhecê‑lo.
E ele lhes disse: “Que assuntos são esses que discutis enquanto caminhais?” Eles detiveram‑se, com o semblante triste, mas um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único que vive em Jerusalém que não sabe os fatos que nela aconteceram nestes dias?” Ele lhes disse: “Quais?” Disseram‑lhe: “O que aconteceu com Jesus Nazareno, que era um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo; como os sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.
Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel. Todavia, já faz três dias que tudo isso aconteceu. Algumas mulheres de nosso grupo, porém, nos deixaram desconcertados. Elas foram de manhã, bem cedo, ao sepulcro e, não tendo encontrado seu corpo, voltaram dizendo que também tinham visto uma aparição de anjos, os quais disseram que ele está vivo. Alguns dos nossos também foram ao sepulcro e o encontraram tal como tinham dito as mulheres; mas, não o viram”.
Então ele lhes disse: “Insensatos e lentos de coração para crer em tudo o que anunciaram os profetas! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar em sua glória?” E, tendo começado por Moisés e passando por todos os profetas, interpretou‑lhes o que em toda a Escritura havia a seu respeito. Eles se aproximaram do povoado para onde iam, e ele fez menção de prosseguir. Eles insistiram: “Permanece conosco, porque é tarde e o dia já declina”.
Então ele entrou para permanecer com eles. Quando ele estava reclinado à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu‑o e lhes entregou. Seus olhos foram abertos e o reconheceram; mas ele tornou‑se invisível para eles. Então disseram um ao outro: “Não estava ardendo nosso coração quando nos falava no caminho, quando nos abria as Escrituras?” Naquela mesma hora, levantaram‑se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que disseram: “Realmente, o Senhor foi ressuscitado e apareceu a Simão”. Aqueles contaram o acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.

“Todas as palavras de Jesus são inspiradoras, mas o relato dos discípulos de Emaús é comovente. Quantos estranhos caminham conosco e não percebemos a sabedoria que eles têm nem a missão que estão exercendo! Desanimar com os acontecimentos do cotidiano não é difícil. Mas, quando guardamos o amor de Deus no coração, facilmente esse amor “arde” e nos inspira a dizer: “Permanece conosco, porque é tarde e o dia já declina”. Jesus, disfarçado de estranho, só foi reconhecido quando partiu o pão. Também somos reconhecidos como cristãos quando nos ocupamos com a dignidade de tantos que estão à margem da sociedade. Quanto mais Jesus ficar conosco e nós com ele, mais o mundo conhecerá a verdade e a justiça.”. (Viver a Palavra – 2023. Frei Jaime Bettega- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Cristo caminha ao nosso lado, está conosco e nos aquece o coração, mas é preciso reconhecer sua presença. Como e onde você encontra Cristo em seu caminho cotidiano ?
Os discípulos de Emaús estão imersos na tristeza e na desesperança, por isso não conseguem perceber Jesus ao seu lado. Diante das dificuldades e frustrações da vida você procura escutar mais a Deus ou aos seus sentimentos?
Jesus se dá a conhecer no partir do pão. Depois de participar de uma Eucaristia, partilhar algo de você, se doar, você percebe alegria em fazer o bem?

Oração (Vida)

“Fica comigo, Senhor, pois preciso da tua presença para não te esquecer. Sabes quão facilmente posso te abandonar.
Fica comigo, Senhor, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.
Fica comigo, Senhor, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.
Fica comigo, Senhor, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.
Fica comigo, Senhor, para me mostrar tua vontade.
Fica comigo, Senhor, para que ouça tua voz e te siga.
Fica comigo, Senhor, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.
Fica comigo, Senhor, se queres que te seja fiel.
Fica comigo, Senhor, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.
Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho. Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. Oh, quanto preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio.
Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti.
Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão, a força a me sustentar, a única alegria do meu coração.
Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.
Fica comigo, Jesus. Não peço consolações divinas, porque não as mereço, mas apenas o presente da tua presença, ah, isso sim te suplico!
Fica comigo, Senhor, pois é só a ti que procuro, teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais.Com este amor resoluto desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade. Amém”. (São Padre Pio de Pietrelcina)

Contemplação (Vida e Missão)

Que apelo a palavra de Deus despertou em meu coração?
O que você deseja fazer de concreto para que a presença de Deus seja discernimento, luz e força em seu caminho?

Bênção

O Senhor Jesus Cristo esteja ao meu lado para me sustentar,
Dentro de mim para me encorajar,
Diante de mim para me orientar,
Atrás de mim para me proteger,
Acima de mim para me abençoar.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.
Que a bênção de Deus Pai de amor e bondade desça sobre mim e sobre toda a humanidade, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Chegamos à liturgia do terceiro domingo da Páscoa, cujo tema central é o testemunho da Igreja sobre a presença do Ressuscitado em seu meio, no caminho. No dia de Pentecostes, Pedro faz o primeiro discurso à multidão, sintetizando o anúncio querigmático da Igreja primitiva.
O mesmo Pedro, na segunda leitura, assegura que nós fomos libertos da vida fútil de outrora para experimentarmos o sentido novo que provém do encontro com Cristo. No dia de Pentecostes, estavam em Jerusalém pessoas de muitas partes do mundo. Os apóstolos, medrosos e trancados, recebem uma força do alto, o Espírito Santo, simbolizada pelas línguas de fogo.
O fogo é calor, força e dinamicidade. Acontece, então, o milagre da comunicação, da unidade na pluralidade. Todos se entendem. É o milagre do diálogo, da tolerância e do respeito. Pedro toma a palavra e fala à multidão. Ele resume o querigma: Jesus foi um homem provado por Deus mediante os sinais realizados; ele foi entregue nas mãos dos ímpios e morto na cruz; Deus o ressuscitou e o libertou da mansão dos mortos; isso se deu para se cumprirem as Escrituras.
Esse é também o testemunho dos discípulos que se encontram com o Ressuscitado no caminho de Emaús. Eles haviam posto todas as esperanças em Jesus. Na tarde da sexta-feira, tudo se esvai, falta-lhes o chão. Eles retornam à rotina da aldeia de Emaús na manhã do domingo. Já se passaram três dias, nada de novo aconteceu. É um caminho longo, sombrio e triste. De repente, um peregrino desconhecido começa a caminhar com eles. E puxa conversa.
O assunto não poderia ser outro: os últimos acontecimentos de Jerusalém. Jesus, então, aquece o coração deles, recordando o que diz a Escritura sobre o Messias. Aquela memória os enche de alegria e de esperança. Chegam à casa, símbolo do aconchego da comunidade eclesial.
Na fração do pão, os olhos se abrem e eles descobrem a presença do Ressuscitado. Voltam correndo a Jerusalém para testemunhar aos irmãos aquilo que aconteceu no caminho. E a Eucaristia se torna missão. Quem experimenta o Cristo vivo e ressuscitado foi resgatado de uma vida sem graça e sem sentido. Fomos resgatados pelo sangue precioso de Cristo, na cruz. Somos criaturas novas, refeitas no amor e cheias de uma esperança que não decepciona. Dessa forma, neste domingo, encontramo-nos com o Ressuscitado no caminho: esse é o fundamento do testemunho da Igreja e razão de nossa fé.

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, ‘A Bíblia dia a dia 2023’, Paulinas.