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Sexta-feira, 04 de Julho de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 25/09/2022

26º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Verde
1ª Leitura: Am 6,1a.4-7 Salmo: Sl 146(145) - Louva o Senhor, minh’alma. 2ª Leitura: 1Tm 6,11-16
evangelho
Pai Abraão, tem compaixão de mim! - Lc 16,19-31

“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no chão junto à porta do rico. Queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico, mas, em vez disso, os cães vinham lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda então Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Que ele os avise, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas! Que os escutem!’ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão. Mas se alguém dentre os mortos for até eles, certamente vão se converter’. Abraão, porém, lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão’.”

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

Liturgia do 26º domingo do Tempo Comum. Abramos nosso coração aos ensinamentos divinos e, sustentados por sua Palavra, caminhemos na justiça e na esperança dos bens prometidos.


Oremos: Senhor, nosso Deus, que pela luz do Espírito Santo instruístes o coração dos vossos fiéis, fazei-nos dóceis ao mesmo Espírito, para apreciarmos o que é justo e nos alegrarmos sempre com a sua presença. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”

Leitura (Verdade)

Jesus continua nos ensinando sobre nossos relacionamentos: com Deus, com o próximo, com os bens deste mundo.
Leia o Evangelho em voz alta e pausadamente. Seu ensinamento é forte e decidido.

Evangelho: Lc 16,19-31 “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no chão junto à porta do rico. Queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico, mas, em vez disso, os cães vinham lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda então Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Que ele os avise, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas! Que os escutem!’ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão. Mas se alguém dentre os mortos for até eles, certamente vão se converter’. Abraão, porém, lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão’.”

“Jesus e as primeiras comunidades foram sensíveis ao drama da desigualdade social. Quando a Igreja se espalhou pelo império romano, isso ficou ainda mais claro e dramático: uma riqueza glamorosa de um lado e uma população empobrecida, mendicante e esquecida de outro. Nesse contexto, a história do rico e do pobre, contada por Jesus, era, por um lado, uma denúncia da situação e, por outro, um estímulo à experiência de fraternidade e inclusão nas comunidades cristãs. O rico mostrou-se insensível, indiferente ao sofrimento de seu irmão pobre, à porta de sua casa. No final da vida, as coisas se inverteram. O convite à fraternidade continua visível na Palavra de Deus, proclamada pelos profetas de hoje.” (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Qual palavra do texto encontrou profunda sintonia com sua vida, suas atitudes e escolhas?
Deus é bom e misericordioso, mas também é justo. Somos irmãos em Cristo, membros da mesma família de Deus, não dá para fazer de conta e depois não arcar com as consequências.
Em minha vida, meu trabalho, meu relacionamento com as pessoas, como vivo os ensinamentos de Jesus?

Oração (Vida)

Retome as experiências vividas com a Palavra de Deus durante esta semana.
Agradeça tudo o que a Palavra lhe permitiu compreender e vivenciar do mistério de Cristo.
Apresente ainda ao Senhor a oração que brotou em seu coração durante a leitura orante.
Oração: “Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho unigênito de Deus, vindo ao mundo para dar aos homens a vida em plenitude. Nós vos louvamos e agradecemos, porque morrestes na cruz para obter-nos a vida divina que nos comunicais no Batismo e alimentais com a Eucaristia e os outros sacramentos. Vivei em nós, Jesus, pelo vosso Espírito, para que vos amemos com todo o nosso ser e amemos o próximo como a nós mesmos, no vosso amor. Fazei crescer em nós esse amor, para que um dia, ressuscitados, partilhemos convosco a alegria do reino dos céus. Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

Não desanimar diante de nossas fraquezas, mas rever constantemente a nossa caminhada e propor-se a colaborar para que haja mais justiça e fraternidade ao nosso redor.

Bênção

O Senhor que caminha conosco nos ilumine, oriente e guie, tratando-nos com sua misericórdia.
Que a bênção de Deus Todo-Poderoso desça sobre mim, em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Buscar a Deus sem se importar com o pobre é uma tarefa impossível. Algumas pessoas bem-sucedidas buscavam Deus, mas se esqueciam dos doentes e famintos. Estavam em um mundo à parte, comiam e bebiam em leitos de marfim (primeira leitura); outros, completamente insensíveis à dor do irmão (evangelho), até procuravam a Deus também, mas lhes era impossível. No século VIII a.C., a situação política ia mal. Os chefes estavam bem, até eram religiosos, mas o povo não tinha nada. Esses chefes comiam, bebiam, se divertiam e nem pensavam no povo. Em Am 6,1a.4-7, o profeta faz duras advertências, com ameaças de deportação para a Assíria, o que aconteceu alguns anos mais tarde (2Rs 17). Para entender os versículos de 1Tm 6,11-16, é necessário lembrar os anteriores (vv. 2b-10). Havia pessoas maldosas que deturpavam a verdadeira doutrina e tiravam proveito disso. Timóteo, líder de Éfeso, deve dar verdadeiro testemunho diante da comunidade. Em Lc 16,19-31, o rico da parábola era insensível e não ouviu a voz de Deus no pobre sofredor, malcheiroso, que queria se alimentar à sua porta com as migalhas de seus lautos banquetes. Ele estava distraído pensando nos próprios interesses. Como poderia perceber Deus num faminto e doente? Num segundo momento, Deus lhe fala por Moisés e os profetas, ou seja, pela Bíblia. Contudo, se ele não fora capaz de perceber a voz de Deus no pobre sofredor nem na Bíblia, o que mais se poderia esperar? Diante de tanta indiferença, Deus se cala. O rico condenado queria salvar seus irmãos por meio de um morto que ressuscitasse, ou seja, de um sinal mirabolante. Mas esse não é o caminho de Deus. Ele fala diariamente ao povo pelos sofredores que precisam de atenção. Quem não é capaz de perceber Deus nas pessoas carentes, tem ainda uma possibilidade: a Bíblia. Entretanto, se o coração humano é tão insensível a ponto de ser incapaz de perceber Deus nos irmãos e na Bíblia, então não deve esperar um espetáculo milagroso para se converter. Quando Jesus estava na cruz, os zombadores pediram o mesmo: “Desce da cruz para crermos” (Mt 27,42). Deus poderia permitir isso, mas ele não quer converter ninguém na base do espetáculo. O apelo que fica para hoje: 1) Evitar toda prática religiosa que não olhe para o sofrimento do povo. Os verdadeiros cristãos devem estar atentos aos apelos de Deus na história. Não se pode ficar indiferente, pois a verdadeira religião é a prática da justiça (Is 1,10ss; 58,1ss); 2) Suspeitar da prática religiosa que apela aos milagres. Querer encontrar Deus nos espetáculos, como tantos hoje fazem, é um ato falho. Deus não age assim.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.