Fundo
Quarta-feira, 24 de Abril de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 06/09/2020

23º Domingo do Tempo Comum - Ano A - Verde
1ª Leitura: Ez 33,7-9 Salmo: Sl 95(94) - Não fecheis o coração, ouvi, hoje, a voz de Deus! 2ª Leitura: Rm 13,8-10
evangelho
Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles - Mt 18,15-20

“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. Eu vos digo mais isto: se dois de vós estiverem de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos céus o concederá. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles.”

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
Clique nos títulos para ler o conteúdo.
Oração Inicial

“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós!” Esse é o convite que Jesus nos faz hoje. Que o pedido do Senhor encontre espaço em nossa vida e se torne concreto em nosso dia.
Rezemos: “Divino Espírito Santo, necessitamos muito de vossa ajuda para conhecer o caminho que devemos seguir. Temos necessidade de Vós, para que o nosso coração, inundado pela vossa consolação, se abra e que, muito além das palavras e dos conceitos, possamos perceber a vossa presença. Iluminai a nossa mente, movei o nosso coração, para que esta meditação produza em nós frutos de vida. Amém.”

Leitura (Verdade)

O que diz o texto? A quem Jesus está se dirigindo? Qual é o desafio que a comunidade é convidada a enfrentar? Qual é o desejo de Deus que o evangelista nos transmite através da narrativa?

“Santa e pecadora, a Igreja convive com o pecado. Até no grupo dos Doze o pecado, sob várias formas, se manifestou. A primeira atitude não pode ser a rejeição do pecador, mas ajudá-lo para que se liberte do pecado e a harmonia seja restabelecida. Jesus coloca três passos para reconduzir ao bom caminho: o diálogo pessoal, um grupo maior – duas ou três pessoas – e, por fim, a igreja. Não é julgamento, mas entreajuda para ganhar o irmão. Recusadas as mediações, é o próprio pecador que se exclui. Porém, a porta permanecerá aberta para seu retorno. Mateus coloca a oração como maneira de superar os conflitos, pacificando a comunidade. Jesus coloca-se no centro do grupo reunido em seu nome. Ele é portador da paz.” (Viver a Palavra – 2020. Frei Aldo Colombo - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O que diz o texto para mim? Qual convite a Palavra me faz? Como vivo o perdão e a reconciliação? Que sentimentos guardo das experiências em que fui perdoado(a)?
Deus é um Pai de infinito amor que nos perdoa e nos recria em sua misericórdia. Ele deseja que nunca nos afastemos de sua comunhão. Quando experimentamos o seu amor, também estendemos aos nossos irmãos esse amor, por meio da misericórdia, da bondade, do perdão...
Ele nos convida ao perdão e à reconciliação para que possamos viver a unidade em torno do mesmo Pai. São dois movimentos exigentes, pois precisamos sair de nós mesmos em direção ao outro, a quem ofendemos ou nos ofendeu. Porém, ele é necessário para mantermos relacionamentos saudáveis e curarmos nossas feridas. Mais ainda, o perdão só existe no amor. Portanto, sabe perdoar quem muito ama. A reconciliação e o perdão são dons que o Senhor nos concede, de modo que nos tornamos capazes de perdoar, aos outros e a nós mesmos.

Oração (Vida)

Agradeçamos ao Senhor seu amor e sua misericórdia para conosco e por ter nos ensinado a perdoar. Entreguemos a Ele as pessoas que sofrem a dor da falta do perdão e da reconciliação. Peçamos ainda: “Senhor, concede-nos um coração aberto à tua graça e ensina-nos a perdoar a quem ainda não amamos com verdadeiro amor fraterno”.

Contemplação (Vida e Missão)

Incentivar a oração do perdão e da reconciliação nas relações familiares, de trabalho e sociais. Fazer do domingo um espaço para a família e para a fé é uma atitude bem prática e salutar par quem se professa seguidor de Jesus.

Bênção

“Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração. (...) Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem. (Romanos 12, 12; 21)

Ir. Carmen Maria Pulga

Dia 30 de setembro é a festa de São Jerônimo, o grande biblista que traduziu a Bíblia do grego e do hebraico para o latim e organizou os textos latinos existentes numa nova edição. Surgiu assim a Bíblia chamada Vulgata, Bíblia popular, porque escrita na língua que o povo falava, que era o latim. Setembro passou a ser o mês da Bíblia por causa da festa de São Jerônimo. Na realidade, todos os dias são dias da Bíblia. Em nossa agenda podemos ler cada dia o Evangelho e iluminar com ele os caminhos da nossa vida. Há várias maneiras de entrar em contato com a Bíblia. A mais comum é a leitura litúrgica. Nós nos reunimos para a Missa e ouvimos as leituras do dia. Nos meses de setembro, outubro e novembro, ouviremos nos domingos a proclamação do Evangelho de Mateus, que é o evangelista do ano, e, durante a semana, teremos cada dia uma passagem do Evangelho de São Lucas. Nós nos reunimos, preparamos a Mesa da Palavra e ouvimos com atenção trechos selecionados de diversos livros da Sagrada Escritura, refletimos sobre o que ouvimos e procuramos pôr em prática o que aprendemos. Na liturgia da Palavra fazemos uma primeira leitura, cantamos um Salmo e proclamamos o Evangelho. Nos domingos e nas festas depois do Salmo é feita uma segunda leitura do Novo Testamento. Outra maneira de ler a Bíblia é ir diretamente a ela. Abrir o livro e ler. Ler uma passagem, ler um livro inteiro ou ir lendo pouco a pouco, do começo ao fim, toda a Sagrada Escritura. Podemos ler em grupo, podemos ler sozinhos. O importante é que se leia. Uma leitura muito especial é a leitura meditada, que sempre foi feita pelos fiéis da Primeira e da Nova Aliança. Hoje se fala muito da Lectio Divina, que é a leitura orante da Palavra de Deus, feita com mais tempo e num ambiente de recolhimento. Esta leitura bíblica nos coloca em estado de admiração e gratidão e ao mesmo tempo nos dá ensinamentos práticos. O texto que vai ser meditado deve ser lido e compreendido. O que ele está dizendo? O que ele está dizendo para mim? O que ele me faz dizer a Deus? Depois, faz-se silêncio, fica-se quieto, contemplando a Palavra encarnada. Segue-se avante, para a vida de cada dia, com a certeza de que Alguém caminha conosco. O texto de Mateus que hoje proclamamos faz parte do Sermão Comunitário e fala da correção fraterna. Alguém cometeu uma falta, fez algo errado ou fez algo errado contra o outro. Trata-se de algo errado que precisa ser corrigido. A correção é um dever porque somos todos responsáveis uns pelos outros. É essencial fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para reconduzir o pecador ao caminho certo. Não podemos ser indiferentes diante de alguém que se afastou, afastou-se de mim, da comunidade, da Igreja, da fé e até de si mesmo. Três passos são indicados pelo Evangelho: uma conversa reservada, uma conversa com duas testemunhas, uma conversa com toda a comunidade de fé. Vale destacar o aspecto reservado de todas as etapas para evitar a humilhação do irmão em falta e preservar-lhe a boa fama. Não se vai imediatamente ao público, à televisão, ao tribunal civil. Não se trata de acobertar e deixar impune, e muito menos de vingança e retaliação. Trata-se de salvar, de levantar quem caiu e de fazer andar. Desculpas, satisfação, indenização, reparação fazem parte da demonstração de uma vontade séria de corrigir o mal cometido e retomar o caminho da justiça, sem, porém, desfazer a pessoa. Desfaça-se o mal. Salve-se a pessoa. Não se pode impedir o ser humano de progredir.

Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2020’, Paulinas.