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Segunda-feira, 09 de Dezembro de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 06/10/2024

27º Domingo do Tempo Comum - Ano B - Verde
1ª Leitura: Gn 2,18-24 Salmo: Sl 128(127) - O Senhor abençoe o teu lar. 2ª Leitura: Hb 2,9-11
evangelho
Nova Lei do matrimônio - Mc 10,2-16

Tendo-se aproximado alguns fariseus, perguntavam-lhe, colocando-o à prova, se é permitido a um homem repudiar sua mulher. Ele lhes respondeu: “O que vos ordenou Moisés?” Eles disseram: “Moisés prescreveu escrever uma carta de divórcio e repudiar”. Jesus lhes disse: “Por causa da dureza de vossos corações vos escreveu esse mandamento. Mas, desde o princípio da criação, macho e fêmea os fez. Por isso, deixará o homem seu pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne, de modo que já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” Novamente em casa, os discípulos o interrogavam a respeito disso. Disse-lhes: “Aquele que repudiar sua mulher e casar-se com outra comete adultério contra aquela. 1E, se ela, repudiando seu marido, casar-se com outro, comete adultério”. Trouxeram-lhe crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, tendo visto, irritou-se e lhes disse: “Deixai as crianças virem a mim, não as impeçais, pois o Reino de Deus é daqueles que são como elas! Amém, eu vos digo: quem não acolher o Reino de Deus como uma criança de modo algum entrará nele”. Ele as abraçou e as abençoava pondo as mãos sobre elas.

A Bíblia: tradução da editora Paulinas, 2023.
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Oração Inicial

27º Domingo do Tempo Comum. A Palavra deste dia vem nos falar do imenso mistério de comunhão, do profundo laço de amor que une um homem e uma mulher, juntos num mesmo amor que veio de Deus. Assim, a Palavra nos faz construir nossa vida e nosso interior se solidifica na verdade de Cristo.

Rezemos: “Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Envia teu Espírito Santo para que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade. Que a Palavra transforme o meu coração através da fé e confiança que eu deposito em ti. Amém.”


Que as palavras da Escritura estejam sempre em teus lábios, para que, meditando-as dia e noite, te esforces para realizar tudo aquilo que ensinam, e terá sentido e valor a tua vida.

Leitura (Verdade)

São claras as Palavras de Cristo: “Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!.” A palavra vem nos iluminar sobre o sentido bíblico deste mandamento do amor, portanto o sentido salifico do amor implantado por Deus no coração humano. Aprofunde este ensinamento que Jesus nos deixa com este relato?

Evangelho: Mc 10,2-16 Tendo-se aproximado alguns fariseus, perguntavam-lhe, colocando-o à prova, se é permitido a um homem repudiar sua mulher. Ele lhes respondeu: “O que vos ordenou Moisés?” Eles disseram: “Moisés prescreveu escrever uma carta de divórcio e repudiar”. Jesus lhes disse: “Por causa da dureza de vossos corações vos escreveu esse mandamento. Mas, desde o princípio da criação, macho e fêmea os fez. Por isso, deixará o homem seu pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne, de modo que já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” Novamente em casa, os discípulos o interrogavam a respeito disso. Disse-lhes: “Aquele que repudiar sua mulher e casar-se com outra comete adultério contra aquela. 1E, se ela, repudiando seu marido, casar-se com outro, comete adultério”. Trouxeram-lhe crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, tendo visto, irritou-se e lhes disse: “Deixai as crianças virem a mim, não as impeçais, pois o Reino de Deus é daqueles que são como elas! Amém, eu vos digo: quem não acolher o Reino de Deus como uma criança de modo algum entrará nele”. Ele as abraçou e as abençoava pondo as mãos sobre elas.

“Os fariseus abordam Jesus sobre uma questão controversa para alguns judeus: o divórcio. Em casa, os discípulos perguntam sobre o mesmo assunto. Jesus reafirma que no matrimônio não há maior nem menor. No projeto do Criador, esposo e esposa tornam-se uma só carne. Marcos amplia a discussão, destacando o lugar da mulher e das crianças no contexto da vida matrimonial. Na família, tudo está interligado; por essa razão, Jesus conclui o seu ensinamento sobre o que Deus uniu, abençoando os frutos dessa união: as crianças trazidas a ele. Desde que o homem e a mulher se tornam uma só carne, tudo o que acontece entre os pais incide sobre a carne viva de seus filhos.” (Viver a Palavra – 2024. Irmã Carmen Maria Pulga- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Diante da realidade matrimonial de nossos dias, o Evangelho nos interroga sobre nossas atitudes e sobre a compreensão desse amor indissolúvel que o Senhor plantou no coração humano.
Como me encontro diante desta realidade?
Como acolho o convite para mudar atitudes que não sintonizam com o Evangelho de Cristo?
Somos convidados hoje, para entrarmos “com Jesus, na contra-mão” e para que criemos uma sociedade baseada nos valores humano-cristãos.
Senhor Jesus, que os casais cristãos compreendam a profundidade de sua união, obra do próprio Deus.

Oração (Vida)

Apresente suas intenções e pedidos a Deus e agradeça-lhe este momento de intimidade com o Mestre.
Pode concluir com esta oração de João Paulo II:
“Senhor Jesus, abra meu coração a tua Palavra, faze que eu a acolha com fé e a ponha em pratica com generosidade.
Ajuda-me a viver a oração como caminho de conversão e de crescimento no teu amor, a fim de que eu possa viver sempre na tua luz. Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

A oração é alimento para nossa fé e nossa missão como cristãos. A Palavra de Deus ilumina nossa existência, pois só ele pode satisfazer nossa vida inteira! O Evangelho é fonte inesgotável de vida e de salvação. Como você se propõe beber desta água viva?

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

O episódio narrado por Marcos conta que os fariseus interrogaram Jesus sobre o divórcio, para provocá-lo. Jesus tinha ido à Judeia, para além do Jordão. Muita gente se reuniu em volta dele e, como sempre, ele ensinava. A pergunta dos fariseus tem um significado próprio no contexto criado por Marcos. Tudo começou com a discussão dos apóstolos para saber quem deles era o maior. Jesus então ensina os apóstolos que, quem quiser ser o primeiro, deve ser o último de todos e o servo de todos. Em seguida, São Marcos elenca três situações que, nesse contexto, prolongam a discussão sobre quem era o maior. Primeiro, alguém que não era do grupo de Jesus estava expulsando demônios em nome de Jesus. Os apóstolos o proibiram. “E o impedimos porque não nos seguia.” Já tinham compreendido que, entre nós, somos todos iguais e ninguém é maior do que ninguém. Mas, em relação aos outros, a outras pessoas e outros grupos, o nosso grupo, aquele no qual eu estou, é o maior. Eles não podiam aceitar que alguém fora do grupo dos discípulos fizesse alguma coisa boa em nome de Jesus. Depois, naquela sociedade mulheres e crianças eram consideradas inferiores em relação aos homens. Jesus então valoriza as crianças. Quem receber uma criança por causa de Jesus, estará recebendo o próprio Jesus, e ai de quem escandalizar um dos pequeninos que creem em Jesus! – pequeninos podem ser também os discípulos de Jesus. Por fim, Jesus valoriza as mulheres no episódio do divórcio. Neste contexto de Marcos, a questão não é tanto o divórcio em si mesmo, mas quem tem a iniciativa do repúdio. O homem podia repudiar a sua mulher e se casar com outra. No direito judaico, porém, a mulher não podia repudiar o homem. No tema da igualdade das pessoas e no respeito às suas diferenças, Jesus diz que, “quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira. E se uma mulher despede seu marido e se casa com outro, também comete adultério”. Jesus dá à mulher o mesmo direito de repúdio que a lei dava ao homem. O homem não é “maior” que a mulher. Voltam as crianças que os discípulos tentam afastar, e Jesus as acolhe com muito carinho e as abraça, abençoa e impõe as mãos sobre elas. Por um lado são as vítimas do divórcio e não podem deixar de ser levadas em consideração; por outro, valem tanto quanto os adultos. Homem e mulher são uma só carne, lemos no Gênesis; e, segundo a Carta aos Hebreus, todos procedemos de um mesmo Pai e somos todos igualmente irmãos.

Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.