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Segunda-feira, 23 de Junho de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 25/12/2022

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, solenidade - Ano A - Branca
1ª Leitura: Is 9,1-6 Salmo: Sl 96(95) - Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador. 2ª Leitura: Tt 2,11-14 Evangelho Opcional: Lc 2,15-20 ou Jo 1,1-18
evangelho
Nasceu para vós o Salvador - Lc 2,1-14

Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o recenseamento de toda a terra – o primeiro recenseamento, feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade. Também José, que era da família e da descendência de Davi, subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Quando estavam ali, chegou o tempo do parto. Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo. O anjo então lhes disse: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura”. De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado!”

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

“Nasceu para nós um menino, foi-nos dado um Filho; ele traz aos a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é : Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz” (Is 9,5).
Celebremos o Natal do Senhor, o Deus Conosco, pois sua manifestação traz a salvação para todos.
O Senhor abriu nossos olhos, nossa mente e nossos corações e, por isso, podemos contemplar a vida com sentido novo, mais profundo e celebrar nossa fé com alegria e confiança.



Leitura (Verdade)

Ao ler o Evangelho, destaque os personagens que aparecem na narrativa, imagine os elementos que compõem o relato bíblico e coloque-se na cena.

Evangelho: Lc 2,1-14 Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o recenseamento de toda a terra – o primeiro recenseamento, feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade. Também José, que era da família e da descendência de Davi, subiu da cidade de Nazaré, na Galileia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Quando estavam ali, chegou o tempo do parto. Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo. O anjo então lhes disse: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura”. De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado!”

“O anjo anunciou aos pastores o nascimento do Salvador na cidade de Davi e lhes indicou um sinal para reconhecimento: um recém-nascido, envolto em faixas, numa manjedoura. Não são sinais de nobreza, grandeza ou glória. São sinais de fragilidade, simplicidade, pobreza. Nessas condições, os pastores o reconheceram como o Salvador. No Natal, celebramos não apenas a vinda do Filho de Deus em nossa condição humana, como também seu despojamento e a pobreza em que nasceu e viveu. Em sua paixão e morte, o encontramos igualmente indefeso, na cruz dos malfeitores, com o corpo envolto em faixas ao ser sepultado. No Natal, contemplamos o completo despojamento do Filho de Deus na criança da periferia de Belém.” (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Para nossa meditação, sirvamo-nos das palavras do Papa Francisco:
“Quando ouvirmos falar do nascimento de Cristo, permaneçamos em silêncio e deixemos que seja aquele Menino a falar; gravemos no nosso coração as suas palavras, sem afastar o olhar do seu rosto. Se O tomarmos nos nossos braços e nos deixarmos abraçar por Ele, dar-nos-á a paz do coração que jamais terá fim. Este Menino ensina-nos aquilo que é verdadeiramente essencial na nossa vida. Nasce na pobreza do mundo, porque, para Ele e sua família, não há lugar na hospedaria. Encontra abrigo e proteção num estábulo e é deitado numa manjedoura para animais. E todavia, a partir deste nada, surge a luz da glória de Deus. A partir daqui, para os homens de coração simples, começa o caminho da verdadeira libertação e do resgate perene.”

Oração (Vida)

Reze com a canção a seguir e, no silêncio do seu coração, apresente ao Menino Deus a sua oração:

Contemplação (Vida e Missão)

Qual é o sentido do Natal em sua vida?
Ao longo deste dia, por meio de gestos concretos, procure dar uma resposta a essa pergunta: Qual é o sentido do Natal em sua vida?

Bênção

Para você um Natal abençoado e cheio de paz e alegria da fé no Deus Salvador.
Deseje um Natal Feliz, com a presença de Deus, a todos os que você encontrar nesses dias.

Ir. Carmen Maria Pulga

O que significa celebrar o Natal de Jesus? A maioria dos cristãos ainda não percebeu qual o mistério que se celebra nesta liturgia. Talvez o grande folclore natalino, bem como a poesia do presépio, esconda o que de fato acontece. As três leituras dão pistas que precisam ainda ser aprofundadas. Quando Isaías escreveu o texto da primeira leitura (Is 9,1-6), Israel estava mergulhado no pós-guerra. A Assíria havia invadido o Reino do Norte (2Rs 17), levando muitas pessoas à deportação, outras à prisão, além de praticar muitas crueldades, como lhes arrancar os olhos. Comparado à Assíria, Israel era uma criancinha diante de um gigante. O povo estava nas trevas, sem saída. O profeta, em meio a essa tragédia, coloca a confiança em Deus, pois sabe que ele é maior do que todas as opressões. Ele aponta para a luz, para a alegria, para a justiça. Mas como? “Pois nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado.” Quem seria? Um filho de Acaz, Ezequias (Reino do Sul). Esse futuro rei traria a justiça de volta, acabaria com a violência. Mas Ezequias, embora fosse um rei bom, não realizou essa utopia. Daí a esperança de um rei futuro, descendente de Davi, para realizar o sonho do profeta: Jesus. Toda celebração natalina pode ser resumida nestas duas frases de Tt 2,11-14 (segunda leitura): “A graça salvadora de Deus manifestou-se a toda a humanidade” e “… aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus”. Jesus é Deus humanado que vem como graça e salvação ao mundo. Em Lc 2,1-14, para entender a perspectiva do mistério natalino, recorde-se a frase dita pelo anjo: “Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! E isso vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura”. Há aí um eco da primeira leitura: “Pois nasceu para nós um menino”. O Salvador, aquele que vem realizar a esperança de Is 9,1-6 (primeira leitura), veio, mas muito diferente do que o profeta imaginava. Ele não nasce em palácio, nem está cercado por bajuladores da corte. Nasce no abandono de um casal migrante e é anunciado primeiramente aos pastores, classe excluída da religião oficial. Aqui começa a luz prevista por Isaías. Ele veio instaurar a justiça começando pelos últimos. Aliás, em toda sua vida caminhou com os excluídos e morreu entre dois malfeitores, alcançando a salvação a quem mais precisava. O mistério do Natal é mais do que poesia. É a visita de Deus à história humana, trazendo a salvação, começando pelos últimos, pois essa é a lógica do amor de Deus.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.