Fundo
Quarta-feira, 30 de Abril de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 15/09/2024

24º Domingo do Tempo Comum - Ano B - Verde
1ª Leitura: Is 50,5-9ª Salmo: Sl 116A(114) - O Senhor escuta a minha prece. 2ª Leitura: Tg 2,14-18
evangelho
E vós, quem dizeis que eu sou ? - Mc 8,27-35

E saiu Jesus com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho, interrogou seus discípulos: “Quem dizem as pessoas que eu sou?” Eles lhe disseram: João Batista’, e outros: ‘Elias’, outros ainda: ‘Um dos profetas’”. Ele os interrogou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro lhe respondeu: “Tu és o Cristo”. E repreendeu-os para que a ninguém dissessem a seu respeito. E começou a ensinar-lhes que era necessário ao Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, depois de três dias, ressuscitar. E falava abertamente a palavra. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo. Ele, porém, tendo-se voltado e tendo visto seus discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: “Vai para trás de mim, Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas as coisas dos homens!” Tendo convocado a multidão com seus discípulos, disse-lhes: “Se alguém quiser seguir atrás de mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me! Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, mas quem perder sua vida por causa de mim e do evangelho a salvará.

A Bíblia: tradução da editora Paulinas, 2023.
Clique nos títulos para ler o conteúdo.
Oração Inicial

Hoje celebramos o 24º domingo do Tempo Comum. Ao entrar em oração aquietemos nosso ser, corpo e mente, para ouvir com atenção a Palavra do Senhor e compreender sempre um pouco mais quem é Jesus em nossa vida.



“Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Neste tempo de oração com a Palavra, abramo-nos para receber sua bênção, que o Senhor oferece também a nós por meio de seu Espírito.”

Leitura (Verdade)

O caminho do discípulo/a é semelhante ao de Cristo e é uma decisão que precisa partir do interior de cada pessoa. Leia este Evangelho pausadamente e deixe que Jesus o/a interrogue: “ E você, quem dizes que eu sou?”

Evangelho: Mc 8,27-35 E saiu Jesus com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho, interrogou seus discípulos: “Quem dizem as pessoas que eu sou?” Eles lhe disseram: João Batista’, e outros: ‘Elias’, outros ainda: ‘Um dos profetas’”. Ele os interrogou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro lhe respondeu: “Tu és o Cristo”. E repreendeu-os para que a ninguém dissessem a seu respeito. E começou a ensinar-lhes que era necessário ao Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, depois de três dias, ressuscitar. E falava abertamente a palavra. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo. Ele, porém, tendo-se voltado e tendo visto seus discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: “Vai para trás de mim, Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas as coisas dos homens!” Tendo convocado a multidão com seus discípulos, disse-lhes: “Se alguém quiser seguir atrás de mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me! Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, mas quem perder sua vida por causa de mim e do evangelho a salvará.

“Pedro não entendeu a proposta de Jesus, quando ele lhes falou do sofrimento e da cruz. Mesmo assim, Jesus afirma que ele é o Messias sofredor anunciado por Isaías, que será preso e morto no exercício da sua missão de justiça. Pedro ousa chamar Jesus à parte para afastá-lo dessa realidade. Então, o Mestre conclui dizendo para todos nós: “Se alguém quer seguir atrás de mim, renuncie a si mesmo, carregue sua cruz e siga-me”. A cruz é a consequência do compromisso livremente assumido por Jesus de revelar a Boa-Nova de que Deus é Pai e de que somos todos irmãos. Marcos reforça a necessidade de aderir a este Messias e a disposição de dar a vida por causa de seu Evangelho.” (Viver a Palavra – 2021. Ir. Carmen Maria Pulga- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Como os discípulos nós também vamos amadurecendo aos poucos na fé. Vamos compreendendo que o caminho de Cristo não passa pelo sucesso humano, mas sim pela porta estreita, que pede misericórdia e doação contínua.
Peçamos esta graça ao Senhor: “Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em tuas mãos. E dá-me a graça de, como ele, ser fiel a ti.”

Oração (Vida)

Invocações a Jesus Mestre. Após rezar essas invocações faça ressonância daquelas que mais tocaram seu intimo.

“Jesus Mestre, santificai meus pensamentos e aumentai minha fé.
Jesus Mestre, libertai-me do desânimo e fortificai minha esperança.
Jesus, Mestre vivo na Igreja, ajudai-me a viver a solidariedade e o amor.
Jesus Mestre, caminho entre o Pai e nós, tudo vos ofereço e de Vós tudo espero.
Jesus, caminho da santidade, tornai-me vosso fiel seguidor.
Jesus Caminho, tornai-me perfeito como o Pai que está nos céus.
Jesus Vida, vivei em mim, para que eu viva em Vós.
Jesus Vida, fazei-me viver eternamente na alegria do vosso amor.
Jesus Verdade, que eu seja luz para o mundo.
Jesus Caminho, que eu seja vossa testemunha autêntica diante de todos
Jesus Vida, fazei que minha presença comunique vosso amor e vossa alegria. Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

Senhor, que tua Palavra esteja presente neste meu dia para que eu seja capaz de pôr em prática os apelos que Jesus fez aos discípulos e a mim, hoje, através deste Evangelho.

Bênção

O Senhor, Deus de amor e paz, habite em vossos corações, oriente os vossos passos e confirme os vossos corações em seu amor. Vá em paz e seja um mensageiro (a) da Boa Nova.

Ir. Carmen Maria Pulga

Uma pergunta muito simples a que Jesus fez aos seus discípulos: “Quem dizem as pessoas que eu sou? E vós, quem dizeis que eu sou?”. Naquele momento, a resposta de Pedro: “Tu és o Cristo” foi insuficiente. Que ideia tinha Pedro sobre “Cristo”? Para evitar erros e equívocos, Jesus logo acrescenta que “o Filho do Homem vai sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, depois de três dias, ressuscitar”. Jesus é o Servo Sofredor anunciado pelo profeta Isaías. Ele não é o sucessor do rei Davi, que vai se sentar num trono e restaurar a realeza em Israel. A palavra “Cristo” continha esse significado para os judeus da época. No dia da Ascensão de Jesus, os discípulos fizeram a pergunta sobre a realeza em Israel, quase dizendo a Jesus antes que ele partisse: “O senhor não está se esquecendo de nada? Não vai restaurar a realeza em Israel antes de ir embora?”. A pergunta de Jesus é simples, aparentemente. Na realidade, ela provoca uma resposta decisiva. Há uma disciplina nos estudos teológicos que se chama “cristologia”, que busca “uma clara concepção do lugar de Jesus Cristo no âmbito da fé cristã”. Jesus é o centro da fé e da revelação cristã. Não é indiferente ao cristão dar ou não uma resposta à pergunta do próprio Jesus: “Quem sou eu para você?”. A resposta pode ser cultural, sem por isso ser menos importante. Sei o que é vivido no ambiente em que nasci, sei o que me transmitiram em casa, na escola, na igreja. Outra resposta pode vir de uma experiência pessoal, própria, daqueles que chamamos de “místicos”, que alguns consideram possuídos por um fogo ardente interior e outros preferem ver neles “sintomas de instabilidade nervosa”. Jesus Cristo precisa ser experimentado e estudado. Experimentado na oração silenciosa e prolongada e na prática efetiva de solidariedade humana; e estudado nas Escrituras Sagradas, nos bons autores de cristologia, nos escritos dos místicos. Muitos pesquisadores procuram o Cristo histórico. Não é fácil encontrá-lo, mas as buscas são sérias. O que não podemos esquecer é que o Verbo Encarnado do Evangelho de São João é antes de tudo Jesus de Nazaré. No mesmo Evangelho de João, o apóstolo Filipe dirá a Natanael: “Encontramos Jesus, filho de José, de Nazaré”. Ele é o ponto de partida de nossa pesquisa cristológica. Pedro não gostou do anúncio que Jesus fez de sua Paixão e Morte. Reagiu e recebeu em troca outra reação. Jesus chamou-o de Satanás e mandou que se afastasse. Pedro tinha em mente “as coisas dos homens”, que se resumem em poder e glória. Os frutos dos poderosos cheios de glória se mostram na diminuição do ser humano, transformado em degrau para a ascensão do grande. Se Pedro se mantém nessa visão do Cristo Messias, está se posicionando do lado de Satanás. Ele tem que se posicionar do lado do Cristo glorificado em sua morte de cruz.

Cônego Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2024’, Paulinas.