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Segunda-feira, 20 de Maio de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 22/10/2023

29º Domingo do Tempo Comum - Ano A - Verde
1ª Leitura: Is 45,1.4-6 Salmo: Sl 96(95) - Ó famílias de povos, dai glória e força ao Senhor. 2ª Leitura: 1Ts 1,1-5b
evangelho
Devolvei, portanto, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus - Mt 22,15-21

Então os fariseus se retiraram e elaboraram um plano para surpreender Jesus em alguma palavra. Enviaram-lhe seus discípulos, junto com alguns herodianos, que lhe disseram: “Mestre, sabemos que és veraz e ensinas o caminho de Deus com veracidade; que não queres ganhar o favor de ninguém, pois és imparcial. Dize-nos, portanto, qual é tua opinião: é lícito pagar tributo a César, ou não?” Mas Jesus, percebendo a má intenção deles, disse-lhes: “Por que me pondes à prova, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo”. Eles lhe apresentaram um denário, e ele lhes perguntou: “De quem são esta imagem e a inscrição?” Responderam-lhe: “De César”. Ele lhes disse: “Devolvei, portanto, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

A Bíblia: Novo Testamento, tradução da editora Paulinas, 2015.
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Oração Inicial

29º Domingo do Tempo Comum. Neste início da nossa leitura orante, peçamos ao Espírito Santo a graça de compreendermos o mistério da vida de Cristo que hoje a Palavra nos apresenta. Rezemos a oração composta por São João Paulo II.
Oração “Senhor Jesus, concede-me crer firmemente no amor que Tu me revelaste e que doaste no teu Evangelho. Faze que eu ouça cada dia a tua voz que me chama a seguir-te para sentir sempre em mim os benefícios da tua redenção. Amém.”


Leitura (Verdade)

Detenha-se na meditação deste Evangelho: Quais são as palavras e os gestos de Jesus? Sobre qual assunto discutem os personagens? Qual ensinamento Jesus nos transmite ao conferir a imagem gravada na moeda?

Evangelho: Mt 22,15-21 Então os fariseus se retiraram e elaboraram um plano para surpreender Jesus em alguma palavra. Enviaram-lhe seus discípulos, junto com alguns herodianos, que lhe disseram: “Mestre, sabemos que és veraz e ensinas o caminho de Deus com veracidade; que não queres ganhar o favor de ninguém, pois és imparcial. Dize-nos, portanto, qual é tua opinião: é lícito pagar tributo a César, ou não?” Mas Jesus, percebendo a má intenção deles, disse-lhes: “Por que me pondes à prova, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo”. Eles lhe apresentaram um denário, e ele lhes perguntou: “De quem são esta imagem e a inscrição?” Responderam-lhe: “De César”. Ele lhes disse: “Devolvei, portanto, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

“Os que se apresentavam como depositários da Lei tentavam surpreender Jesus com diferentes armadilhas. No entanto, Jesus se sobressai em todos os momentos, porque desconhece a superficialidade e a incoerência. Ele veio fazer a vontade do Pai, que consiste em garantir vida plena para todos. Jesus não era obrigado a pagar o imposto, pois não era estrangeiro. Porém, para não escandalizar, além de pagar o imposto devido, Jesus acrescenta que era para dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Os impostos pertencem a César, mas o coração é de Deus. As leis humanas precisam ser respeitadas, mas a liberdade de viver é conquistada quando o coração se abre plenamente para o amor e a ação de Deus.” (Viver a Palavra – 2023. Frei Jaime Bettega- Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O que está inscrito em nosso coração humano é a imagem de Deus. “Façamos o ser humano a nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26). Portanto, é assim que devemos ser e viver, como filhos de Deus. E Jesus é a imagem viva e encarnada de Deus entre nós.
O Deus de Jesus realiza a história da Salvação dentro da história humana. Por isso, o Evangelho nos diz que não devemos deixar de cumprir nossas obrigações sociais (dai a Cesar o que é de César), mas todos e tudo pertence a Deus, então (dai a Deus o que de Deus).
Como avalio minha conduta diante deste relato?
Quem é o Absoluto em minha vida?
Cumpro com honestidade as justas obrigações sociais?
Como posso contribuir para que cheguemos a uma sociedade mais justa?

Oração (Vida)

“À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus! Não desprezeis as súplicas que se elevam de nós que estamos na provação!” Mãe da Igreja, iluminai o povo de Deus nos caminhos da fé, da esperança e da caridade. Iluminai, de modo especial, os povos dos quais vós esperais a nossa consagração e a nossa entrega. Ajudai-nos a viver na verdade da consagração de Cristo por toda a família humana do mundo contemporâneo. Oh, Imaculado Coração, ajudai-nos a vencer a ameaça do mal, que se enraíza tão facilmente nos corações dos homens de hoje e que, nos seus efeitos incomensuráveis, pesa já sobre a vida presente e parece fechar os caminhos do futuro. Da fome e da guerra, livrai-nos! Da guerra nuclear, de uma autodestruição incalculável, e de toda a espécie de guerra, livrai-nos! Dos pecados contra a vida do homem desde os seus primeiros instantes, livrai-nos! Do ódio e do aviltamento da dignidade dos filhos de Deus, livrai-nos! De todo o gênero de injustiça na vida social, nacional e internacional, livrai-nos! Da facilidade em calcar aos pés os mandamentos de Deus, livrai-nos! Da tentativa de ofuscar nos corações humanos a própria verdade de Deus, livrai-nos! Da perda da consciência do bem e do mal, livrai-nos! Dos pecados contra o Espírito Santo, livrai-nos, livrai-nos! Acolhei, ó Mãe de Cristo, esse clamor carregado do sofrimento de todos os homens, carregado do sofrimento de sociedades inteiras. Ajudai-nos, com a força do Espírito Santo, a vencer todo o pecado: o pecado do homem e o pecado do mundo; enfim, o pecado em todas as suas manifestações. Que se revele uma vez mais, na história do mundo, a força salvífica infinita da Redenção: a força do amor misericordioso. Que ele detenha o mal, transforme as consciências e manifeste para todos, no vosso Imaculado Coração, a luz da esperança! Amém! (São João Paulo II)

Contemplação (Vida e Missão)

Sintetize o apelo que você sentiu em seu coração, para colocá-lo em prática durante o dia. O que você se propõe a viver hoje?

Bênção

Abençoe-nos o Deus da vida, do amor, da justiça e da paz. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém. Permaneçamos unidos a Jesus Cristo nosso Caminho, nossa Verdade e nossa Vida.

Ir. Carmen Maria Pulga

A liturgia de hoje nos ajuda a refletir sobre a relação dos cristãos com o universo da política e das instituições. O cristão não vive em um mundo à parte. Ele é cidadão e tem responsabilidades civis, deve pagar impostos, participar da vida de seu bairro, de sua comunidade, deve ter compromisso com a ética, com a construção de um mundo novo. Os leigos e leigas devem, inclusive, mais e mais participar das eleições como candidatos e candidatas. A Igreja não tem partidos, não tem candidatos, mas oferece orientações globais a partir da Doutrina Social da Igreja. Na primeira leitura do Livro de Isaías, nos deparamos com o papel central de Ciro, rei da Pérsia, que venceu os babilônicos e possibilitou o término do exílio no século VI. Ciro permite o retorno dos exilados e até, de certo modo, ajuda na reconstrução do Templo. Pela primeira vez na Bíblia, Deus dirige uma palavra favorável a um rei estrangeiro, chamando-o de “ungido”. Deus é o verdadeiro soberano da história, tem o poder sobre reinos, reis e cidades. A autoridade daqueles que têm poder no mundo não seria nada se não fosse dada pelo Senhor. A autoridade absoluta de Deus é o que se canta no Salmo 95 e o poder do Espírito Santo é o que conduz a missão da Igreja em Tessalônica e na expansão do Evangelho pelo mundo afora. No capítulo 22 de Mateus, Jesus já está em Jerusalém. O confronto com as autoridades judaicas se acirra cada vez mais, especialmente depois do episódio da purificação do Templo. A partir do v. 15, há uma série de controvérsias com os membros do Sinédrio. Jesus é questionado sobre o imposto a César, a ressurreição dos mortos e o primeiro mandamento da Lei. Por fim, ele faz uma pergunta sobre a identidade do Messias como filho de Davi e os deixa sem resposta. Fariseus e herodianos conspiram para colocar Jesus à prova. Eles não são próximos. Têm posições bem diferentes sobre o senhorio do Império Romano, que domina a Palestina no primeiro século. Herodes é um pequeno rei local, dependente da grande estrutura do Império Romano, governado pelo imperador Tibério César. Começam a pergunta com um longo e falso elogio, marcado pela bajulação fingida (vv. 16-17). A pergunta é capciosa: se Jesus disser que não se deve pagar, cria problema com os romanos, pode ser acusado de rebeldia contra o Império; se disser que se deve pagar, poderá ser acusado de colaboracionismo e idolatria, pois a imagem cunhada na moeda, de algum modo, conduz ao reconhecimento do poder imperial. A resposta de Jesus é muito sábia e habilidosa. O cristão, como cidadão, está sujeito às instituições e ao reconhecimento das autoridades humanas, mas a única e verdadeira fonte de autoridade é Deus. Por isso, o cristão deve entregar unicamente a Deus a sua identidade profunda, pois ele é imagem e semelhança de Deus. Acima de qualquer poder humano está Deus. E o homem é imagem de Deus. Jesus também esvazia as fantasias de um messianismo político, imaginado por muitos, em Israel, no primeiro século. A relação com o mundo, com a cultura, com a história, é sempre de tensão. Não pode haver fuga dela, mas também não pode acontecer uma simples acomodação ao mundo no qual vivemos.

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, ‘A Bíblia dia a dia 2023’, Paulinas.