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Terça-feira, 06 de Maio de 2025
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 15/05/2022

5º Domingo da Páscoa - Ano C - Branca
1ª Leitura: At 14,21b-27 Salmo: Sl 145(144) - Ó Deus, meu rei, quero exaltar-te e bendizer teu nome eternamente. 2ª Leitura: Ap 21,1-5a
evangelho
Amai-vos uns aos outros - Jo 13,31-33a.34-35

Depois que Judas saiu, Jesus disse: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. Filhinhos, por pouco tempo eu ainda estou convosco. Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

O 5º Domingo da Páscoa deveria ser chamado o "Domingo do amor" porque o mandamento do amor é o centro de toda a vida e proposta de Jesus. É também o que dá identidade aos seus discípulos. Neste mandamento Jesus é radical. No amor e por amor, Ele entrega sua vida por nós, a quem ele chama de amigos, filhinhos que devemos nos amar como irmãos.


Leitura (Verdade)

Leia o Evangelho com atenção. Grave às recomendações de Jesus aos seus discípulos(as) porque são o grande legado que o Mestre nos deixa antes de sua despedida.

Evangelho: Jo 13,31-33a.34-35 Depois que Judas saiu, Jesus disse: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. Filhinhos, por pouco tempo eu ainda estou convosco. Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”..

No Antigo Testamento, a glória de Deus se manifestava nos fenômenos da natureza: trovão, relâmpagos, fogo, tempestade etc. No Evangelho de São João, a glória de Deus se manifesta em Jesus, em sua humanidade, em sua obediência ao Pai, em seu amor pelos sofredores. Em Jesus, a glória de Deus brilhava em suas palavras, em suas atitudes, em seus sinais (milagres). A revelação maior de Deus foi na cruz. Ali, resplandeceu sua glória na obediência e no amor fiel do seu Filho, dado para a salvação do mundo. Por isso, quando Judas saiu para negociar sua traição, o evangelista escreveu “agora”. Chegara a hora de Jesus, a revelação da glória de Deus na sua cruz. No nosso amor aos irmãos, brilha a glória de Jesus. (Viver a Palavra – 2022. Pe. João Carlos Ribeiro - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Meditar não é ficar com a mente vazia, então volte ao Evangelho e deixe-se tocar por ele. Permita que a Palavra entre em seu coração e se faça vida em sua vida.
Procure acolher o que o Senhor lhe oferece nesta declaração maternal onde nos convoca como filhinhos. Sinta-se filho(a) nos braços de Jesus e manifeste suas necessidades e projetos. Seja agradecido(a) por seu amor misericordioso.
A proposta do amor não é uma utopia, algo irrealizável, mas, uma proposta concreta e possível, ainda que desafiadora e exigente.

Oração (Vida)

Este é o momento de dar a sua resposta de amor e adesão a Deus. Sintetize o que viveu com a Palavra e apresente ao Senhor. Sua resposta a Deus pode ser de louvor ou de ação de graças, de súplica ou de perdão. O importante é dirigir a Ele a sua oração pessoal, apresentando-lhe também as realidades que o(a) cercam.

Volte a rezar com este mantra:


Contemplação (Vida e Missão)

Deixe-se provocar pela ação de Jesus. Qual será sua ação concreta de hoje, a partir da escuta, meditação e contemplação do evangelho?
Sintetize em poucas palavras o apelo que você sentiu em seu coração, para colocá-lo em prática durante o dia. O que você se propõe a viver?

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

A paixão, morte e ressurreição de Jesus trouxe uma grande novidade: em meio às crises das perseguições e mesmo da traição de Judas, um novo mandamento: o amor como Jesus amou, que leva a um novo céu e a uma nova terra e põem os apóstolos em missão aos povos gentios, que antes não eram destinatários da Boa-Nova. Na mensagem de Jesus, vivida por seus discípulos, tudo será renovado. Em At 14,21b-27, Paulo e Barnabé empreendem a primeira viagem missionária (At 13–14), motivada pelo Espírito Santo e pela comunidade de Antioquia (At 13,1-3). A grande novidade dessa missão é que ela vai para o meio dos povos gentios. Depois de evangelizar diversas comunidades, os dois apóstolos voltam para confirmar os fiéis e designar presbíteros (líderes) para os serviços das mesmas. Em Ap 21,1-5a, em meio às muitas perseguições do Império Romano contra os cristãos, surge uma esperança: o mal não tem a última palavra: “Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram e o mar já não existe”. A vitória final será de Deus. Ele fará tudo novo. Estará sempre com seu povo: Emanuel (cf. Mt 28,20). A Igreja, povo de Deus, será bela como uma noiva. Já não existirão as maldades que afligiam os cristãos. Em Jo 13,31-33a.34-35, a glória de Jesus não é a derrota dos inimigos, mas sim dar sua vida, por amor, numa cruz. Dessa glória, tão diferente das glórias humanas, brota a grande novidade do mandamento do amor. Não é o mandamento do amor em si. Este já existia no AT. A novidade é: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros”. Isso revela um novo relacionamento com Deus e, por consequência, novo relacionamento com o próximo. O que se percebe no novo mandamento do amor é uma nova imagem de Deus. Segundo o AT, Deus amava seu povo, Israel. Amava os bons quase como prêmio por sua eleição e bondade. Os maus eram detestados e punidos pela ira divina. Quando Jesus diz: “Amar como eu amei”, essa relação é mudada. Ele amou, na cruz, os bons e maus, sem distinção, exatamente como Deus ama a todos. Assim revelou o novo rosto de Deus, aquele que ama antes de o ser humano poder amá-lo. Nessa gratuidade do amor de Deus, testemunhado por Jesus na cruz, ancora-se todo amor humano, que, na total gratuidade, se expressa no amor a todos, indistintamente. Quem se sente amado por Deus gratuitamente, responde a esse amor de forma gratuita e ama sem limites a todas as pessoas, mesmo àquelas que não o merecem, exatamente como o fez Jesus, na cruz: “Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Desse amor gratuito de Jesus, agora expresso pelos seus discípulos, nasce o mundo novo, sem maldade e sem lágrimas, descrito na segunda leitura (Ap 21,1-5a), não apenas na eternidade, mas já agora na história. Foi esse amor gratuito de Deus, vivido por Jesus, que lançou Paulo e Barnabé à missão entre os povos. Paulo foi amado gratuitamente quando ainda era mau (At 9,1ss) e, desse amor, nasceu para ele uma vida nova. Quem um dia experimentou o amor de Deus, demonstrado por seu Filho na cruz, já não pode ficar passivo. Vai à missão. O próprio Paulo, sentindo-se amado, diz uma das frases mais lapidares das pessoas agraciadas: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16b). O clima pascal que a Igreja ainda respira quer incutir na vida das pessoas essa novidade resultante do amor que transforma o mundo.

Frei Bruno Godofredo Glaab, ‘A Bíblia dia a dia 2022’, Paulinas.