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Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 21/02/2021

1º Domingo da Quaresma - Ano B - Roxa
1ª Leitura: Gn 9,8-15 Salmo: Sl 25(24) - Todas as veredas do Senhor são amor e verdade. 2ª Leitura: 1Pd 3,18-22
evangelho
O Espírito o fez sair para o deserto - Mc 1,12-15

Logo depois, o Espírito o fez sair para o deserto. Lá, durante quarenta dias, foi posto à prova por Satanás. E ele convivia com as feras, e os anjos o serviam. Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa-Nova de Deus: “Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova”.

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 7ª ed., 2008.
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Oração Inicial

Neste primeiro domingo da Quaresma, Jesus nos faz um convite: “Convertei-vos e crede na Boa Nova”. O anúncio da Boa Nova começa justamente por “convertei-vos”. Converter-se é voltar o olhar, o coração, a vida toda para Jesus. Confiemos na presença do Espírito Santo. O mesmo Espírito que fez Jesus sair para o deserto nos conduz e fortalece na nossa caminhada quaresmal.


Rezemos: “Vem, Espírito Santo! Faze-nos amar as Escrituras, para reconhecermos a voz viva de Jesus. Torna-nos humildes e simples, a fim de compreendermos os mistérios do Reino de Deus. Amém.”

Leitura (Verdade)

Evangelho: Mc 1,12-15 Logo depois, o Espírito o fez sair para o deserto. Lá, durante quarenta dias, foi posto à prova por Satanás. E ele convivia com as feras, e os anjos o serviam. Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa-Nova de Deus: “Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova”.

Leia o Evangelho novamente fazendo pequenas pausas para repetir as palavras que mais chamam sua atenção. Quais são as palavras ditas por Jesus? O que lembra o deserto? Que experiência Jesus vive no deserto? O que quer dizer “o Reino de Deus está próximo”?

“O deserto é lugar, por excelência, de encontro com Deus e consigo próprio; lugar de purificação. Relembra a caminhada do Êxodo. Os 40 dias recordam os 40 anos do Povo de Deus no deserto, rumo à Terra Prometida. O deserto fica entre a escravidão e a terra da promessa. Como no Livro de Jó, o tentador aparece. Ele é o Acusador dos irmãos, o Tentador. João fora preso, e Jesus inicia seu “noviciado”. A partir daí, começará a anunciar a Boa-Nova do Reino. A tentação não é mal. Ela é ocasião de mostrar a firmeza de nossa opção. No Pai-Nosso, pedimos que Deus não nos deixe cair na tentação. Por vezes, ela é muito forte e, por isso, suplicamos ao Pai: “Livrai-nos do mal”. Que ele nos ajude a desmascarar o inimigo.” (Viver a Palavra – 2021. Frei Aldo Colombo - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

Mantenha-se em silêncio por alguns instantes e procure perceber o que o texto diz para sua vida. Deixe a Palavra de Deus encontrar espaço em sua vida. Examine sua consciência, reveja suas ações, confronte suas atitudes com a mensagem de Jesus. O que você compreende por tentações? Dê nomes às tentações mais comuns em sua vida.

Como ecoam em você as palavras de Jesus: “Convertei-vos e crede na Boa Nova”? O texto nos mostra o caminho a ser percorrido durante este tempo litúrgico: acolher a Boa Nova do Reino, que é o próprio Cristo, e viver em contínua conversão, voltando-nos – mente, vontade e coração – para o Senhor.

Oração (Vida)

Peça ao Senhor a graça de viver com profundidade este tempo que a liturgia nos apresenta: a graça do encontro com o Pai misericordioso, a graça do despojamento, da humildade, da simplicidade do coração, da conversão pessoal. Reze também pela Igreja, que vive a Campanha da Fraternidade.
“Deus e Pai, nós vos louvamos pelo vosso infinito amor e vos agradecemos por ter enviado Jesus, o Filho amado, nosso irmão. Ele veio trazer paz e fraternidade à terra e, cheio de ternura e compaixão, sempre viveu relações repletas de perdão e misericórdia. Derrama sobre nós o Espírito Santo, para que, com o coração convertido, acolhamos o projeto de Jesus e sejamos construtores de uma sociedade justa e sem violência, para que, no mundo inteiro, cresça o vosso Reino de liberdade, verdade e paz. Amém

Contemplação (Vida e Missão)

Sintetize em poucas palavras o apelo que você sentiu em seu coração, para colocá-lo em prática durante o dia. O que você se propõe a viver? Como pretende atingir esse propósito?

Bênção

- Deus Pai de misericórdia, conceda a todos nós, como concedeu ao filho pródigo a alegria de receber o abraço do Pai.
- O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, nos guie nesta caminhada quaresmal a uma verdadeira conversão.
- O Espírito de sabedoria e fortaleza nos sustente na luta contra o mal, para podermos com Cristo, celebrar a vitória da Páscoa.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Marcos começa seu Evangelho pelo deserto, e com ele começamos pelo deserto a nossa Quaresma. Deserto não é somente um lugar. É também uma espiritualidade, um caminho do Espírito. Vamos ao deserto para encontrar a Deus em nós mesmos, mas o diabo, intrometido, continua a transformar o paraíso em lugar de tentação. O Espírito impulsiona Jesus para o deserto e lá o deixa por quarenta dias. Convive com feras, e os anjos o servem, como no paraíso, até que o diabo apareça. O monte das Tentações está no deserto da Judeia, tão extenso e pedregoso. João Batista é preso. Jesus vai para a Galileia. Anuncia o Evangelho de Deus: O tempo se completou, o Reino de Deus está próximo. Exorta à conversão e à fé no Evangelho. Os Padres da Igreja viram em João Batista alguém que procurou a calma na solidão do deserto, onde o céu se encontra com a terra e Deus é mais familiar. Dizem os tuaregues que Deus criou o deserto para que as pessoas possam descobrir a sua alma. Os eremitas foram ao deserto para se encontrarem com sua própria natureza e com Deus. É o lugar onde o sábio se retira para meditar longe da multidão, da corrupção e do barulho das cidades, envolto em calma e tranquilidade. Não se vai, pois, ao deserto para lutar contra o demônio, mas para encontrar a Deus. O demônio, porém, provoca quem procura Deus. O Espírito impeliu Jesus para o deserto, como se o tivesse empurrado e, apesar de ter sido tentado pelo demônio, conviveu com as feras e foi servido pelos anjos. No deserto da tentação Deus reconstrói o paraíso. Com Deus o deserto é fértil; sem Deus, é estéril, mas o diabo está por perto. São Mateus diz que Jesus foi levado ao deserto “para ser tentado pelo demônio”. Embora o diabo transforme o deserto em lugar de tentação, a tentação pode terminar com a vitória do tentado e a derrota do tentador. No deserto, seja ele qual for, homens e mulheres, atletas do Espírito, defrontam-se com o demônio. Têm só a si mesmos por companhia. Não há nada nem ninguém. Não precisam suportar ninguém mais. Suportam apenas a si mesmos. O encontro consigo mesmo é o encontro com o demônio. O demônio aparece, segundo Evágrio e Cassiano, Padres do Deserto, sob a forma de oito vícios. Em relação ao corpo: a gula, a luxúria e a avareza. Em relação à alma: a cólera, a tristeza, a preguiça. E dois outros, mais fortes e pesados: a vanglória e o orgulho. Nestes estão a desobediência, a inveja, a crítica, a presunção e o menosprezo da graça. Contudo, o Reino de Deus está próximo, e o tempo se completou. Uma aliança foi feita com a humanidade por meio de Noé, aliança que se tornará nova e eterna no Sangue de Jesus Cristo e se manifestará naqueles que forem batizados. Deus nos dá uma Quaresma inteira para preparar a Páscoa, passagem nas águas, pelo deserto, para a liberdade em Cristo. É hora de o Reino de Deus se manifestar. Uma nova conversão é sempre desejável. Quaresma é tempo de deserto e conversão. Oração, trabalho, jejum. Oração dos salmos, trabalho com as mãos, jejum sem vanglória e orgulho. O Reino de Deus, que não se define, é visto em atos concretos. Experimente fazer um dia de deserto durante a Quaresma.

Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2021’, Paulinas.