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Quinta-feira, 28 de Março de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida

Evangelho do dia 20/09/2020

25º Domingo do Tempo Comum - Ano A - Verde
1ª Leitura: Is 55,6-9 Salmo: Sl 145(144) - O Senhor está perto da pessoa que o invoca. 2ª Leitura: Fl 1,20c-24.27a
evangelho
Ide também vós para a minha vinha! - Mt 20,1-16a

“Pois o Reino dos Céus é como o proprietário que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores a diária e os mandou para a vinha. Em plena manhã, saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! Eu pagarei o que for justo’. E eles foram. Ao meio-dia e em plena tarde, ele saiu novamente e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelo fim da tarde, encontrou outros que estavam na praça e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. E ele lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e faze o pagamento, começando pelos últimos até os primeiros!’ Vieram os que tinham sido contratados no final da tarde, cada qual recebendo a diária. Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, pensando que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu apenas a diária. Ao receberem o pagamento, começaram a murmurar contra o proprietário: ‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor ardente’. Então, ele respondeu a um deles: ‘Companheiro, não estou sendo injusto contigo. Não combinamos a diária? Toma o que é teu e vai! Eu quero dar a este último o mesmo que dei a ti. Acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja porque estou sendo bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros.”

Bíblia Sagrada, tradução da CNBB, 2ª ed., 2002.
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Oração Inicial

Liturgia do 25º domingo do Tempo Comum. Agradeçamos pela Palavra de Deus e peçamos ao Espírito Santo que nos conduza em nossa leitura orante, para compreendermos o coração misericordioso de Deus, que chama a todos para participarem do seu Reino. Trabalhar na vinha do Senhor significa dedicar tempo e esforço para que frutifiquem as boas obras em favor dos mais necessitados.


O Espírito nos ajude a fazer memória da Palavra de Jesus e transformá-la em vida.
Rezemos: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Senhor, nosso Deus, que pela luz do Espírito Santo instruístes o coração dos vossos fiéis, fazei-nos dóceis ao mesmo Espírito, para apreciarmos o que é justo e nos alegrarmos sempre com a sua presença. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”

Leitura (Verdade)

O que diz o texto? A quem Jesus está instruindo? Qual ensinamento Jesus quer transmitir por meio da parábola? Quem é Deus? O que representa a vinha? Quem são os convidados a participar do Reino?
“Os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos. Nem o tempo de Deus é o nosso tempo. Ele aparece em nossa vida quando menos esperamos. Pode ser no começo da manhã ou no fim da tarde. Ele não pede nossas qualificações, mas nos envia para sua vinha. Não há um chamado mais importante que o outro. O pagamento é o mesmo: uma vida cheia de significado e a salvação. Trabalhar na Vinha do Senhor não chega a ser obrigação. É um privilégio. Na Igreja e nas comunidades cristãs não deve haver reserva de mercado; os serviços não são propriedade de ninguém. Na verdade, todos somos servos inúteis, mas não podemos ficar ociosos. Não devemos escolher serviços, mas assumir os que a comunidade e as necessidades pedem.” (Viver a Palavra – 2020. Frei Aldo Colombo - Paulinas Editora).

Meditação (Caminho)

O que o texto diz a você? Qual ensinamento a parábola lhe revela? O que ela o(a) convida a viver? Quais sentimentos a Palavra despertou em você?

Oração (Vida)

“Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a Ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade queremos aprender de Vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus, renunciando a nós mesmos para buscar em tudo a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu. Amém.”

Contemplação (Vida e Missão)

Sintetize em poucas palavras o apelo que você sentiu em seu coração, para colocá-lo em prática durante o dia. O que você se propõe a viver hoje?

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Carmen Maria Pulga

Eis outro ensinamento da Bíblia que alarga a estreiteza do nosso horizonte. O empreiteiro combinou com todos os diaristas cem reais pelo dia de trabalho. E pagou a cada um cem reais, conforme o combinado. Só que alguns trabalharam o dia inteiro e outros, apenas algumas horas. O empreiteiro não foi injusto. Pagou o que fora acertado desde o início. No entanto, os diaristas raciocinaram de outra forma, com a lógica humana, não muito humanizada. “Os que trabalharam menos tempo não devem ganhar cem reais. Devem ganhar menos!” Não poderiam eles, os críticos, entrar na ótica de Deus e ficar felizes com o bem de seus companheiros de trabalho? Poderiam, mas não entraram na visão de Deus. Permaneceram na sua visão pequena, estreita, limitada. Atualizaram e aplicaram o princípio do “olho por olho, dente por dente”. Ainda não tinham aprendido a querer para os outros o que querem para si. A Bíblia nos ensina a não agir movidos por critérios econômicos, e sim pelo amor gratuito. Os trabalhadores da primeira hora devem acolher com generosidade os trabalhadores da última hora ou das horas finais. O povo de Israel é o trabalhador da primeira hora. Os cristãos e todos os povos da gentilidade são os da última hora. Em nossas comunidades a situação é muitas vezes parecida. Os que estão há mais tempo parecem não se sentir à vontade com os que chegam depois. E nem se trata de perder o emprego ou dinheiro. Trata-se de lugar, “do meu lugar”. Deus nos diz, pelo profeta Isaías, para procurá-lo enquanto ele estiver por perto, para não sermos tão diferentes dele, porque, o que está acontecendo, é o que ele está dizendo: “Tanto quanto o céu está acima da terra, assim estão os meus caminhos acima dos vossos e meus pensamentos distantes dos vossos”. A ótica do Senhor deve ser a nossa, nossos pensamentos e nossos caminhos devem coincidir com os dele. Deixamos todo mau caminho não por medo de castigo, e sim pela admiração da grande generosidade do nosso Deus. Os trabalhadores da última hora receberam o mesmo que os da primeira hora, não por injustiça, mas por generosidade. Façamos de Cristo o nosso viver, e que morrer seja para nós lucro. Mas enquanto estivermos nesta vida temporal, possamos desenvolver um trabalho fecundo. Que o nosso viver neste mundo seja necessário para o bem dos outros e seja causa de alegria para os trabalhadores de todas as horas.

Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2020’, Paulinas.