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Sexta-feira, 26 de Abril de 2024
Paulinas - A comunicação a serviço da vida
Texto de Maria do dia 27 de março
Na tristeza de Maria, consolamos os enlutados
Na tristeza de Maria,  consolamos os enlutados
Giotto di Bondone

A passagem da morte em nossas vidas é uma das experiências mais significativas. O falecimento significa uma ruptura definitiva e radical, consolada apenas pela fé na ressurreição.

Maria esteve ao lado de Jesus nos momentos finais de sua vida, sentiu sua agonia no horto, seu desespero na cruz e seu grito de misericórdia ao Pai. Maria acompanhou a dor corporal de seu filho e, sobretudo, sua humilhação moral e espiritual.

Com a morte de Jesus, pensamos nas situações de morte que divergem muito entre si: a morte honrosa do herói, a morte serena dos idosos, a morte edificante dos doentes.

Mas nem sempre a morte vem adornada com a coroa da beleza. Triste é a morte provocada dos abortos, das crianças nas filas da fome e das doenças mal tratadas, dos hospitais sem leitos, das doenças que cresceram porque diminuíram os hospitais, dos jovens, que se perdem em situações de perigo, como as drogas, a promiscuidade e a violência das ruas e dos cárceres. Mais triste é a morte inesperada dos acidentes, em que pais deixam filhos em momentos de necessidade tanto material quanto espiritual, multiplicando suas penúrias.

A morte de Jesus nos leva a contemplar o rosto de Maria aos pés da cruz, onde Jesus se une ao Pai para sempre, sem se desunir de Maria. Unido a Maria, nos une a Deus, pois decreta que todos somos seus filhos para sempre. A humanidade não pode ficar órfã.

Nós entramos em sintonia com Jesus quando amamos a Deus e seu amor divino, e participamos da dor e da paixão de nossos irmãos, como Maria participou das dores de seu Filho. A contemplação de Maria aos pés da cruz suaviza a aspereza de nossas dores, infunde-nos coragem e nos ensina a lutar com serenidade nos dias de sofrimento. Pelo exemplo de Maria, também nós caminhamos com os irmãos que carregam pesadas cruzes e ficamos aos pés de suas cruzes, participando de seu sofrimento e de suas dores.

Pe. Antônio Sagrado Bogaz, do livro: Nos passos de Maria, Paulinas Editora.